Desconhecido no Brasil, hóquei subaquático promove Mundial com 17 nações
Não são muitos que conseguem jogar hóquei. Afinal, é preciso certo grau de habilidade para acertar o disco com um taco e ainda por cima marcar o gol. Agora imagine fazer tudo isso debaixo da água. É exatamente o que propõe o hóquei subaquático, modalidade bastante inusitada, que terá seu Campeonato Mundial disputado a partir desta sexta-feira, em Eger, na Hungria.
Criado em 1954, o esporte inglês tem regras similares às disputas na grama e no gelo. Seis participantes de cada equipe usam um taco pequeno (stick) e se alternam tocando ou carregando o disco para marcar o gol. A diferença é que o duelo é travado no fundo de uma piscina de 25m x 15m e até 3,65m de profundidade. Os participantes não têm direito a nenhum cilindro de ar, usando apenas máscara, “pé de pato” e snorkel.
“É preciso uma capacidade respiratória avantajada para jogar. Quanto mais tempo você aguenta, melhor. Então, os bons nadadores normalmente se dão melhor. Mas não precisa ser profissional, a modalidade é ótima para aqueles que querem melhorar seu preparo físico”, explicou o instrutor inglês Pete Andrews.
Ao todo, Mundial contará com a participação de 17 países: Argentina, Bélgica, Canadá, Colômbia, França, Alemanha, África do Sul, Hungria, Holanda, Nova Zelândia, Filipinas, Turquia, Portugal, Espanha e Estados Unidos - além de Austrália (atual campeã masculina) e Grã-Bretanha (atual campeã feminina).
Apesar ser muito pouco praticado no Brasil (o país nunca disputou um Mundial), o hóquei subaquático conta com mais de cem clubes espalhados pelo mundo e dezenas de milhares de praticantes.
Ainda que a popularidade do esporte tenha aumentado nos últimos anos, um problema sério atrapalha seu crescimento: o hóquei debaixo da água é uma das modalidades mais difíceis de ser acompanhada pelos espectadores.
Isso porque o torcedor não tem uma noção clara do que acontece no jogo - a não ser em piscinas especiais elevadas e com paredes transparentes. Além disso, os espectadores têm a visão atrapalhada pelo limite de tempo imposto ao jogador para prender a respiração. Ou seja, boa parte do time fica de snorkel boiando na superfície à espera do momento exato de ir para o fundo.
Até mesmo os juízes têm dificuldade em acompanhar os lances. Os três árbitros (equipados com cilindros de ar) ficam em baixo da água durante todo o confronto. Em caso de falta ou outra irregularidade, eles fazem gestos com as mãos para um quarto juiz fora da água parar a jogada, o que às vezes gera confusão entre as equipes.
“É realmente muito difícil para quem está de fora. Para os juízes, também, mas existem piscinas especiais que facilitam o acompanhamento. Mesmo assim, eu garanto: aquele que pratica, se apaixona. É só tentar uma vez e pronto”, defendeu Andrews.
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