Topo

Fãs de pôquer, Ronaldo se apoia nos livros e Luxa assume estilo blefador

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

29/11/2013 06h01

Ronaldo Fenômeno e Vanderlei Luxemburgo têm mais em comum que uma carreira de sucesso no futebol. Os dois são fãs declarados de pôquer. Viajam disputando torneios e frequentam mesas que adentram a madrugada. No entanto, adotam táticas bem diferentes para terem sucesso ao trocarem a bola de futebol pelas cartas.

Ronaldo faz parte nova geração do pôquer. Aprende a técnica lendo livros e recebe aulas de profissionais experientes como André Akkari, um dos melhores brasileiros da história do esporte. Já Luxemburgo é adepto da malandragem. Assume que não tem muita paciência para estatísticas e seu negócio é ‘blefar’.

“Tem que ter raciocínio muito rápido. Eu já estou com 60 anos, fico mais impaciente, gosto de dar uma enganada. E a molecada gosta de jogar com a estatística na frente. Se fugir da estatística eles caem fora. A gente já gosta de dar uma enganada, mas às vezes a gente se engana”, brincou.

Luxa e Ronaldo participaram do BSOP, o principal campeonato de pôquer do país, e mostraram talento na modalidade. Desbancaram vários adversários e duraram horas na mesa.

O técnico pentacampeão brasileiro se apaixonou pelo pôquer há 44 anos ainda quando era jogador e usava o baralho para fazer o tempo passar mais rápido na concentração do Flamengo ao lado de Zico, Paulo César Carpegiani e o atual comentarista Júnior.

Luxa se considera um jogador à moda antiga e chega a ser caricato na mesa. Deixa os óculos de grau levantados na testa para melhor enxergar suas cartas e tentar espiar as dos adversários.  Dispensa os óculos escuros e abusa das caras e bocas.

Para ele, as expressões faciais são as melhores táticas para enganar os oponentes e podem até ajudar no futebol. “Já peguei jogador que estava mentindo por causa do pôquer”, conta.

Já Ronaldo tem menos experiência. Diz que ainda se sente um ‘juvenil do São Cristóvão’ quando o assunto é pôquer e vem penando em torneios na Europa, nos Estados Unidos e online.

“O máximo que ganhei foram US$ 5. Em Las Vegas não fui muito bem, voltei com um prejuízo grande”, brincou. “Eles têm um nível muito alto. Mesmo que você tente não ter reação, a mão começa a tremer, parece que estão vendo a sua carta”.

Mas o Fenômeno está crescendo.  Garoto-propaganda da Poker Stars é elogiado por seu guru André Akkari que se diz impressionado pela facilidade com que o ex-jogador aprende.

O próprio Ronaldo admite o gosto pelo novo hobby que ele compara até ao futebol. “Eu tenho usado como busca de adrenalina nos jogos, decisões importantes. O pôquer me dá o que eu busco, tem substituído bem o futebol”.