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Brasileiro repete roupa e 'dieta' de sushi para levar R$ 25 mi no pôquer

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

07/11/2014 06h00

O pôquer brasileiro pode dar o passo mais fundamental de sua história nesta semana para seu reconhecimento. O jogador Bruno Foster leva o país à sua primeira final mundial, com a chance de ganhar o inédito título e ainda faturar US$ 10 milhões (R$ 25 milhões). Esta seria a maior premiação individual de um esportista brasileiro e, para encher o bolso, vale tudo, inclusive muita superstição.

O palco da final do World Series of Poker é Las Vegas, e a disputa acontece nesta segunda e terça-feira (a ESPN transmite a disputa). Foster, um paulista radicado cearense de 31 anos, leva US$ 750 mil só por estar entre os nove melhores do mundo. Mas não é o bastante. Ele chegou à decisão com algumas crenças aliadas ao seu forte jogo de estratégia e vai se apegar a elas, como sua busca por “energia positiva”, que o leva a repetir roupas e até a comer sushi sempre no mesmo local na Cidade do Pecado.

Jogar pôquer, pelo esforço mental em dez a doze horas tomando decisão atrás de decisão, é exaustivo. Geralmente, a rotina é apenas comer alimentos leves, jogar, tomar banho e dormir. Mesmo com tão pouco tempo livre, alguns detalhes não passam batido.

Jogadores de pôquer concorrem a US$ 10 milhões na final do Mundial - Divulgação - Divulgação
Jogadores de pôquer concorrem a US$ 10 milhões na final do Mundial, em Las Vegas
Imagem: Divulgação

O paulista acredita em “energia”. Para ele, suas ações, pensamentos e o que fala “conspiram a meu favor”. “Acredito na energia que eu crio. Eu penso assim: se alguém perde e fica reclamando, aquilo conspira contra você. Eu acredito que o você pensa e fala potencializa para você”, afirma ele.

A coisa é tão forte, que Foster repete a camiseta uma semana inteira se aquilo lhe estiver trazendo bons fluídos. No torneio em que se classificou para esta final, ele comeu sempre no mesmo lugar em Las Vegas.

“Esse restaurante de sushi, é um lugar que eu comi durante sete dias seguidos, até a mesa final. Na primeira vez que fui, quando eu voltei estava me sentindo bem, estava legal. No dia seguinte, decidi que não ia mudar. Na segunda vez, fui bem de novo. Então, eu falei: ‘eu não como em outro lugar!’. É logico que se eu tivesse ido comer uma picanha, deveria ir pra final também. Mas aquilo que criei, aquela energia, faz tão bem para mim, que é isso que importa. Não é um fator determinante Mas desta vez vou lá de novo comer”, ri ele.

Torcida brasileira é diferencial

Há diversos brasileiros viajando para Las Vegas só para acompanhar este evento, e Foster já provou por experiência própria o que esta torcida pode trazer. O jogador já sentiu o calor dos compatriotas, que costumam agitar os eventos de um modo que os norte-americanos nunca viram.

“A torcida brasileira é a maior de todas. Eles não têm essa torcida que a gente tem. De repente, você vê 50, 60 pessoas lá, gritando, com corneta, fazendo musiquinha. Isso foi  um dos melhores momentos da vida, e vai ter de novo”, disse ele.

“Com certeza a torcida desestabiliza os outros jogadores. Se fosse contra mim, eu ia achar estranho, ia pensar: ‘olha essa energia que ele tá vibrando’... Quando você acredita nisso de coração, você entende a força que isso faz”, completou o supersticioso jogador.

Neymar e mais astros do esporte mandam força para Foster: