Topo

EUA mostram ao Brasil como torcedor deve se tratado; veja 7 diferenças

Felipe Noronha

Do UOL, em São Paulo

27/11/2014 12h00

Que o torcedor no Brasil é maltratado todo mundo que já pisou em um estádio no país sabe. Mas o que muitos não percebem - ou não querem perceber - é que o exemplo de como o fã de futebol, basquete, vôlei ou qual esporte for no Brasil tem que ser tratado está muito perto. Ali no topo da América, nos Estados Unidos.

O UOL Esporte esteve em diversos ginásios da NBA (a liga de basquete dos EUA), da NHL (a liga de hóquei) e em estádios da NFL (a liga de futebol americano) para descobrir e mostrar ao brasileiro como é fácil transformar qualquer jogo no país em um evento. Mais do que isso, em como mostrar ao fã que ir a uma partida pode ser mais do que simplesmente assistir em pé a um jogo ruim.

É só oferecer atrações ao torcedor, convidá-lo para um programa que, hoje, não parece nada familiar, pacífico. Mas pode ser. Veja, abaixo, como o torcedor americano é recebido em seus estádios/ginásios em comparação com o brasileiro. Jogo em pé? Só se quiser. Palavrões? Jamais. 

Público: sentado x em pé

Público: sentado x em pé - Doug Pensinger/Getty Images/AFP - Doug Pensinger/Getty Images/AFP
Imagem: Doug Pensinger/Getty Images/AFP

Nos EUA, em ginásios, há um setor no topo em que o público fica em pé. E só lá. Não à toa, tem o ingresso mais barato. Mesmo assim há quem reclame que não exista uma barra para se apoiar enquanto em pé. No Brasil, não. No geral, o padrão dos novos estádios, com cadeiras em quase toda a arquibancada, é raro. O comum é ficar em pé e a fama de chato ficar com quem usa a cadeira e grita “senta, senta!”.

Cerveja: atração x proibida

Cerveja: atração x proibida  - Jamie Squire/Getty Images - Jamie Squire/Getty Images
Imagem: Jamie Squire/Getty Images

Nos Estados Unidos, qualquer jogo vira um evento. O torcedor chega cedo, tem lojas e restaurantes para visitar e atrações na quadra para acompanhar. Além disso, é comum, mesmo durante o jogo, o fã virar de costas para a partida e ir para um bar tomar cerveja e conversar. Nos estádios brasileiros, com exceção dos palcos da Copa durante o torneio, o torcedor não encontra cerveja. Isso pode até impedi-lo de ficar bêbado dentro do estádio, mas não de já entrar alcoolizado por beber fora. 

Comida: diversidade x padrão

Comida: diversidade x padrão - AP Photo/Lynne Sladky - AP Photo/Lynne Sladky
Imagem: AP Photo/Lynne Sladky

Os estádios das grandes ligas dos EUA têm restaurantes em todos os andares do local, além de vendedores percorrendo a arquibancada. No Brasil, ao menos os vendedores estão lá, mas a diversidade da comida costuma ser menor. Dificilmente um torcedor brasileiro irá a um jogo pensando em um passeio que inclui um jantar, enquanto nos EUA os restaurantes são ponto de encontro pré-partida.

Ingressos: internet x filas

Ingressos: internet x filas - Gustavo Franceschini/UOL - Gustavo Franceschini/UOL
Imagem: Gustavo Franceschini/UOL

Mesmo em jogos mais importantes o torcedor nos EUA pode comprar qualquer ingresso pela internet. Detalhe: pode escolher o lugar em um mapa interativo, que mostra quais setores ainda possuem entradas, os valores e o posicionamento em relação à quadra/campo. Já brasileiro depende de programas de sócio-torcedor para conseguir ingressos pela internet. Em jogos importantes, filas gigantes viram notícia. 

Intervalo: animação x parado

Intervalo: animação x parado - Bob Levey/Getty/AFP - Bob Levey/Getty/AFP
Imagem: Bob Levey/Getty/AFP

Quem vê um jogo de esporte americano pela tv acha que as cheerleaders são a única atração para os fãs presentes. Longe disso! A cada intervalo há eventos rápidos para matar o tempo, de competições entre crianças a shows de música. Já o público do esporte no Brasil, a não ser que queria ir ao banheiro, não tem muito o que fazer se ficar olhando para o gramado/quadra.

Lances confusos: ajuda x espera

Lances confusos: ajuda x espera - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Nos Estados Unidos há um narrador em cada ginásio/estádio que avisa a torcida sobre marcações da arbitragem que possam ter sido confusas para quem está na arquibancada. É útil até para atrair fãs não muito acostumados com o esporte, que podem aprender enquanto assistem ao jogo pelo qual pagaram. No Brasil não há essa pessoa que possa ajudar, restando ao torcedor esperar chegar em casa para tirar dúvidas pela televisão.

Palavrões: não x cultural

Palavrões: não x cultural - Christian Pettersen/Getty/AFP - Christian Pettersen/Getty/AFP
Imagem: Christian Pettersen/Getty/AFP

Há ginásios e estádios nos Estados Unidos que, antes de uma partida, apresentam vídeos nos telões avisando aos torcedores que eles não devem falar palavrões, seja ofendendo os rivais, seja a arbitragem. Não só os seguranças podem retirar quem gritar palavras de baixo calão do ginásio como este pode ser detido. No Brasil, o palavrão é uma questão cultural: é com se o estádio fosse um lugar que permitisse uma conduta diferente do dia a dia na rua.