Um esporte tinha doping como rotina. E quem garante era de seleção top
Cada vez mais combatido, o doping era rotina até os anos 90. Fazia parte do cardápio, praticamente. A afirmação é de um médico que trabalhou no rúgbi profissional durante duas décadas. Segundo ele, até hoje o uso de substâncias proibidas faz parte das grandes equipes. Jacques Mombet integrou a comissão técnica da seleção francesa entre 1975 e 1995, e suas acusações geraram desmentidos e confirmações.
Mombet detalha o doping no rúgbi em um livro lançado na última semana. Em um dos trechos mais contundentes, ele relata: “na seleção francesa, cada jogador tinha sua pastilha [de anfetamina] em frente a seu prato nas refeições antes das partidas”.
“Atualmente, sabemos que a musculação associada à ingestão de proteína não é suficiente para corresponder às expectativas físicas”, emendou Mombet, indicando que o esporte ainda não está “limpo”.
De acordo com ele, o doping foi o protagonista de um jogo histórico de rúgbi, a “Batalha de Nantes”, em 1986. Na época, a França atropelou a forte Nova Zelândia por 16 a 3. “Os Blacks [neozelandeses] perceberam que os adversários estavam irreconhecíveis em comparação à semana anterior. Estavam alterados”, acusou o médico.
Ex-capitão da França na década de 1990 e atual treinador da equipe, Philippe Saint-Andre rebateu tais. “Nosso doping era a paixão, o desejo de jogar e de fazer passes, e de tomar umas cervejas com os torcedores depois. Eu só tomava dois cafés, como todo trabalhador faz”, defendeu-se.
No entanto, ao menos um jogador e um ex-treinador admitiram o uso de anfetamina, mas em “ocasiões raras”. Já o médico autor da acusação chegou a comparar o rúgbi ao ciclismo, devido à rotina de ingestão de substâncias proibidas.
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