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Pole dance imita ginástica para mostrar que é mais do que erotismo

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

29/05/2015 06h00

Associado à boates e sensualidade, o pole dance luta para mudar este estigma e ser aceito como esporte. Nesta tentativa, aproveita semelhanças com a ginástica olímpica e a rítmica como exigir força, flexibilidade e ter componentes de acrobacia. Os campeonatos têm juízes responsáveis por avaliações técnicas, artísticas e de execução, além de uma série de manobras obrigatórias.

O caminho para profissionalização também passa pela Federação Brasileira de Pole Dance, pioneira na elaboração de um livro de regras e um código de arbitragem em 2009. Houve atualizações para aproximar do padrão olímpico.

A presidente da entidade, Vanessa Costa, conta que o Brasil organiza dois campeonatos de renome internacional: o Pole World Cup e a Copa Pan-Americana. Este último começa nesta sexta-feira no Rio de Janeiro e entre as representantes nacionais está a bicampeão brasileira Paula Quintino, 28 anos. Ela se apresenta como atleta e encara o pole dance como esporte, mas sabe que esta visão não é compartilhada pela maioria.

“O pole dance é vinculado com as meninas que dançam na noite porque existe mesmo, não vou mentir. O que a gente faz nas academias é voltado para o fitness”.

Assim como ocorre na ginástica, uma apresentação de pole dance é feita sob o som de uma música e na categoria profissional dura quatro minutos. Erros como não respeitar a posição de ponta dos pés ou não ter extensão máxima dos joelhos levam ao desconto de pontos por parte dos juízess.A exigência física é tão grande que Paula treina a coreografia dia sim, dia não porque o corpo inteiro doí na sequência. 

As semelhanças com a ginástica e a fama de desenhar o corpo atraíram Monique Alarcon, 21 anos. “Eu não gosto de corpo inchado. Aí pensei: talvez eu possa ir para este lado acrobático. Sempre gostei de acroyoga e descobri o pole.”

E o pole dance está evoluindo. Pessoas com passagens por escolas circenses, e praticantes de ginástica olímpica e parkour estão aderindo e criando novas evoluções e combinações de manobras. A bicampeã brasileira está atenta para não ficar para trás e perder a coroa.