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Brasil fecha 1ª fase do Mundial sem vencer no polo aquático. É crise?

Polo aquático brasileiro não venceu na primeira fase do Mundial de esportes aquáticos, mas técnico não está preocupado - Rafael Bello/COB
Polo aquático brasileiro não venceu na primeira fase do Mundial de esportes aquáticos, mas técnico não está preocupado Imagem: Rafael Bello/COB

Guilherme Costa

Do UOL, em Kazan (Rússia)

01/08/2015 06h00

Afinal, qual é o nível da atual seleção brasileira de polo aquático? Impulsionado por um projeto de investimento parrudo, que incluiu a contratação de um técnico multicampeão e naturalizações em série, o time verde-amarelo fez uma campanha histórica na edição 2015 da Liga Mundial, chegou a uma inédita semifinal e obteve a medalha de bronze. Depois, chegou à decisão dos Jogos Pan-Americanos e ficou com a prata. Mas bastaram três partidas para a equipe nacional voltar à berlinda.

Terminada a primeira fase do Mundial de esportes aquáticos, o Brasil não venceu um jogo sequer em Kazan (Rússia). A seleção comandada pelo croata Ratko Rudic, que soma 36 medalhas em competições internacionais (incluindo quatro ouros olímpicos e três títulos mundiais), acumulou um empate com a China (9 a 9) e derrotas para Croácia (10 a 9) e Canadá (10 a 6).

Ainda assim, o Brasil conseguiu classificação para as oitavas de final. Na fase eliminatória, o time verde-amarelo jogará contra os Estados Unidos, que foram algozes na decisão do Pan e perderam para os sul-americanos nas semifinais da Liga Mundial.

“Acho que o importante é que a gente atingiu o objetivo, que era estar nas oitavas de final. O ideal seria ter conseguido o segundo lugar e a gente não conseguiu, mas agora é um jogo só. É um campeonato assim”, disse Felipe Perrone, capitão do polo aquático brasileiro.

Perrone é um dos egressos do plano montado por COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Nascido no Rio de Janeiro, ele passou a defender a Espanha aos 17 anos e foi vice-campeão mundial em 2009. Antes de voltar a jogar pelo país natal, chegou a ser artilheiro e melhor jogador da liga do país ibérico.

Reforços como eles e o comando de Rudic fizeram o Brasil crescer sistematicamente de patamar nas últimas competições. Isso aumentou também a expectativa em torno da seleção, o que fez com que a campanha da primeira fase do Mundial virasse um enorme ponto de interrogação.

“A gente tinha pensado muito que o jogo contra o Canadá era importante para isso, também: vencer alguma partida da fase de classificação. Mas isso também não influencia tanto, porque o jogo próximo é pedreira, vencendo ou não”, avaliou Felipe Silva, autor de dois gols contra os canadenses.

“Não estou muito preocupado. Nós ainda estamos na competição. Não perdemos nada. Nós ainda podemos vencer a competição, e o torneio vai em frente. As coisas vão mudar, e só com o resultado eu poderei dar uma foto completa. Acho que o resultado de hoje nos ajuda a preparar melhor o time para o próximo jogo, e aí vamos ver, completou Rudic.

A questão é entender o peso do desempenho que o Brasil teve na primeira fase. Os três tropeços foram circunstanciais ou têm a ver com um time mais cansado, desgastado por duas competições relevantes em sequência?

Contra o Canadá, Rudic adicionou à lista de problemas o descontrole emocional. Os próprios jogadores admitiram que o Brasil não teve o nível de concentração que precisaria ter. “Algumas coisas são falta de concentração: alguns erros de movimento no chute, por exemplo. Foram muitos erros, e isso fez a diferença. São elementos que mostram que os jogadores não estão completamente no jogo no aspecto mental, ponderou o técnico.

O objetivo traçado por jogadores e comissão técnica para o polo aquático do Brasil no Mundial é ficar entre os oito primeiros. Para isso, o time terá de vencer os Estados Unidos na próxima fase – o duelo está marcado para 11h30 (de Brasília) do próximo domingo (02).