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Filho de mergulhadora que sumiu é campeão 1 mês depois: 3min20 sem respirar

Alexey Molchanov ao lado da mãe, Natalia Molchanova - Reprodução/Instagram
Alexey Molchanov ao lado da mãe, Natalia Molchanova Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

21/09/2015 14h13

Pouco mais de um mês depois do desaparecimento de sua mãe em um mergulho na Espanha, o russo Alexey Molchanov mostrou frieza e paixão pelo esporte que compartilhava com ela. O mergulhador de 28 anos competiu e ganhou o Mundial de apneia no Chipre, atingindo 85 metros de profundidade durante 3min20 segurando a respiração. Tudo isso dias depois da morte de sua mãe, Natalia Molchanova, em um mergulho na Espanha.

Alexey é um dos principais nomes do mergulho livre, aquele em que os competidores descem ao fundo do mar e voltam à superfície sem ajuda, dependendo apenas de seus braços e pernas. O russo foi campeão na categoria lastro constante e sem nadadeiras, usando um cinto de chumbo que facilita a descida.

Foi praticando essa mesma modalidade que sua mãe desapareceu no início de agosto, em Formentera, na costa da Espanha. Natalia, de 53 anos, era chamada de a “máquina do mergulho livre”, tinha sido campeã mundial 23 vezes e ostentava 41 quebras de recordes.

Na Espanha, contudo, a russa não cumpriu algumas medidas básicas de segurança durante um treino em que ensinava mergulhadores inexperientes. Equipes de resgate foram deslocadas para encontrá-la, mas interromperam a busca depois de três dias. Especialistas apontam que uma corrente marítima deve ter surpreendido Natalia, que usava um cinto de chumbo como lastro.

O caso da russa chocou o mundo do mergulho, a ponto de os organizadores do Mundial no Chipre adotarem novas medidas de segurança. E foi graças a isso que o francês Guillaume Nery não aumentou a lista de vítimas fatais entre praticantes de mergulho.

Ele tentava quebrar o recorde mundial de 129 metros de profundidade com o auxílio de nadadeiras.No retorno à superfície, teve uma síncope e desmaiou. Os equipamentos de segurança ajudaram no resgate rápido. Então, os organizadores admitiram o erro: haviam programado a corda que serviu de guia para 139 metros, em vez dos 129 metros.

“Não percebi o erro, e só quando voltei à superfície os números mostraram o que havia ocorrido”, comentou o francês. Natalia Molchanova não teve a mesma sorte no resgate, e ela deixou de ser parceira do filho em mergulhos para ser uma inspiração para o campeão mundial.