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Nuzman sabia de pressão de senegalês por pagamentos, diz secretária

Carlos Arthur Nuzman foi preso pela Polícia Federal na última quinta-feira (5) - Luciano Belford/AGIF
Carlos Arthur Nuzman foi preso pela Polícia Federal na última quinta-feira (5) Imagem: Luciano Belford/AGIF

Do UOL, em São Paulo

08/10/2017 23h49

O programa "Fantástico", da TV Globo, divulgou neste domingo (8) trechos do depoimento de Maria Celeste de Lourdes Campos Pedroso, secretária do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, preso na última quinta-feira (5) acusado de participar de um esquema de compra de votos para que o Brasil sediasse os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

No depoimento de quatro páginas, Maria Celeste afirma que a cúpula do COB tinha conhecimento das pressões que ela sofria do empresário senegalês Papa Diack, filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf), Lamine Diack. Papa Diack é apontado pelo Ministério Público de Finanças da França como um dos principais elos no esquema.

Segundo a secretária, Diack afirmava antes mesmo da eleição que definiu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos, em outubro de 2009, que Nuzman devia dinheiro a ele. Maria Celeste afirmou que julgava se tratar de uma quantia para restauração de pistas de atletismo na África, enquanto Nuzman alegava não saber a que o senegalês se referia.

Maria Celeste afirmou que Diack passou a fazer contatos insistentes, chegando a ligar em horários inusitados, como no meio da madrugada. Ele reclamava que o dinheiro que lhe era devido não havia sido depositado em contas que ele mantinha no exterior.

Em um e-mail, Diack afirmou a Nuzman que a situação estava ficando "constrangedora" com as pessoas com quem ele "havia se comprometido" em Copenhague, capital da Dinamarca, onde aconteceu a votação que definiu o local da Olimpíada de 2016.

Apontado pelo MP do Brasil e da França como elemento central no sistema de compra de votos, Nuzman está preso desde a última quinta. A defesa do dirigente sustenta que ele é inocente e pede sua soltura imediata alegando problemas de saúde.