Mundial, Olimpíada e festival: os planos da piscina de onda de Kelly Slater
Kelly Slater ficou dez anos investindo numa onda perfeita criada pelo homem. Em um terreno equivalente a cerca de oito campos de futebol localizado na Califórnia, o norte-americano construiu uma “arena” de ondas que já encanta surfistas. Mas ele quer mais. Com uma etapa do Mundial de surfe já confirmada por lá, o sonho de fazer parte de uma Olimpíada existe e já divide atenção também com uma espécie de festival de surfe e música.
“Acho que ela pode ajudar o esporte a crescer mais rapidamente, assim como os ‘skateparks’ ajudaram o skate a se desenvolver. E o potencial para os Jogos Olímpicos não pode ser ignorado”, disse Slater à revista “Surfer”.
Em setembro, o americano 11 vezes campeão mundial realizou um evento-teste com surfistas profissionais em sua estrutura, conhecida como Surf Ranch. E lá estavam japoneses membros do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio, em 2020.
Eles se disseram impressionados com a estrutura de Slater, principalmente com a qualidade das ondas que a equipe de cientistas e engenheiros conseguiu criar. Os japoneses, no entanto, declararam que a ideia é que a competição de surfe da próxima Olimpíada aconteça em Chiba, no litoral do país, em ondas naturais, sem recorrer à tecnologia desenvolvida pelo surfista.
Recorrer ao que Slater conseguiu criar, no entanto, não está totalmente descartado. A possibilidade de programar as ondas e a garantia de oferecer as melhores condições sem depender das condições climáticas se tornam trunfos a favor da tecnologia do time de Slater.
Ele, inclusive, quer colocar em prática outro plano ousado para seu projeta, desta vez pensando especificamente na estrutura montada na Califórnia, numa cidade a cerca de 180 km do litoral. Slater já entrou com pedido para receber grandes eventos no Surf Ranch.
A ideia é promover um tipo de festival que reúna surfe e música. Na solicitação oficial feita ao condado local, a equipe de Slater planeja receber até seis eventos por ano, com duração de dois a quatro dias cada, com capacidade para até 8 mil pessoas.
Palcos, iluminação, som, estacionamento, banheiros e água potável estão entre os itens previstos pelos responsáveis. Tudo ao longo da piscina artificial de 700 metros x 150 metros que Slater construiu para sua “onda perfeita”, localizada em terreno que lhe custou mais de US$ 500 mil (quase R$ 2 milhões).
Outro trunfo que deve fazer o “rancho” de Slater se tornar cada vez mais popular é o apoio da WSL, a empresa que organiza o campeonato mundial de surfe. No ano passado, a holding WSL avisou que iria se tornar acionista majoritária do local para investir no desenvolvimento do surfe ao redor do mundo. Neste ano, a confirmação de uma etapa da elite na estrutura reforça tal interesse.
Desde a inauguração do seu “rancho do surfe”, Slater fez questão de dizer que sua ideia nunca foi substituir a experiência “incomparável” de surfar no mar, mas apenas oferecer uma condição prática e de qualidade para treinos e projetos que possam fazer o surfe evoluir mais rapidamente. E agora ele está empolgado.
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