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Presidente do COI chama doping russo de "ataque sem precedentes" aos Jogos

Thomas Bach, presidente do COI - Jean-Christophe Bott/Keystone via AP
Thomas Bach, presidente do COI Imagem: Jean-Christophe Bott/Keystone via AP

Do UOL, em São Paulo

05/12/2017 17h49

O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, concedeu entrevista coletiva após o anúncio de que a Rússia estava banida da próxima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. Em sua fala, o dirigente chamou o esquema de doping de “ataque sem precedentes à integridade dos Jogos Olímpicos”.

“Esse é um ataque sem precedentes a integridade dos Jogos Olímpicos e do esporte. O COI, após acompanhar todos os processos, decidiu por sanções proporcionais ao sistemático processo de manipulação para proteger os atletas limpos. Isso pode significar um marco e serve para catalisar forças para sistema de controle antidoping mais efetivo liderado pela Wada”, afirmou.

A decisão de excluir a Rússia foi tomada depois de o Comitê Executivo avaliar o relatório do advogado suíço Denis Oswald e concluir que os russos só poderão competir como “neutros” e desde que cumpram uma série de requisitos. O Comitê Olímpico da Rússia ainda foi multado em 15 milhões de dólares.

Pelo que explicou o COI, só poderão competir nos Jogos de Inverno atletas convidados por um painel presidido pela francesa Valerie Fourneyron, presidente do novo ITA (sigla em inglês para Autoridade Independente de Testes). O painel vai incluir membros de outras entidades, incluindo a Wada e o COI. Só podem ser convidados atletas que se qualificaram para os jogos e que devem ser “considerados limpos”.

“Como atleta, eu me sinto triste por todos os atletas limpos de todos os comitês olímpicos que sofreram com essa manipulação. Trabalhando com a Comissão de Atletas do COI, nós vamos continuar procurando oportunidades para fazer com que esses atletas tenham de volta os momentos que perderam na linha de chegada e no pódio”, completou Bach.

Nos Jogos Olímpicos do Rio, no ano passado, o COI atribuiu a cada federação internacional a decisão de liberar ou não a participação de atletas russo. Algumas federações, com especial destaque para a de atletismo, colocaram empecilhos que acabaram vetando a presença de quase 120 dos atletas inicialmente inscritos pelo comitê olímpico da Rússia. De 389 convocados, só 271 tiveram seus nomes aceitos. Os citados no relatório do investigador independente canadense Richard McLaren foram todos vetados.