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Se tivesse uma filha, não a colocaria na ginástica, diz campeã olímpica

Shawn Johnson East em ação pelos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara - Scott Heavey/Getty Images
Shawn Johnson East em ação pelos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara Imagem: Scott Heavey/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

23/01/2018 17h09

Colega de diversas ginastas abusadas pelo ex-médico Larry Nassar, a ex-ginasta e campeã olímpica em Pequim-2008 Shawn Johnson East utilizou o YouTube para criticar a federação americana de ginástica artística (USA Gymnastics) pela incapacidade de proteger crianças praticantes do esporte nas últimas décadas. Ela ainda disse que, se tivesse uma filha, não a colocaria para praticar o esporte.

O depoimento da ex-ginasta, que se aposentou em 2012 por problemas no joelho esquerdo, veio em meio às audiências do segundo julgamento de Nassar, já condenado a 60 anos de cadeia por pedofilia. Médico indicado pela USA Gymnastics para tratar atletas do esporte, ele é acusado de abusar de mais de 140 mulheres, dentre elas menores de idade.

“Sabendo que a USA Gymnastics falhou com suas atletas me decepciona terrivelmente e me deixa incrivelmente irritada. Acho que o fato que qualquer parte disso ter acontecido mostra que a USA Gymnastics falhou como um órgão governamental para proteger as atletas que ele apoia e diz se importar”, afirmou.

“Se eu tivesse uma filha, eu não poderia colocá-la (na ginástica). Eu não posso nem confiar na USA Gymnastics”, completou.

No mesmo dia em que Shawn Johnson East atacou a entidade, a USA Gymnastics perdeu um de seus maiores patrocínios. A empresa de telecomunicações AT&T suspendeu a parceria com a organização, citando o escândalo como motivo para a decisão.

A AT&T se junta à Procter & Gamble, Hershey’s e Under Armour como empresas que deixaram o órgão governamental americano responsável pela ginástica artística do país.

Na segunda-feira (22), três membros da mesa de diretores da USA Gymnastics pediram para deixar o órgão em meio ao julgamento de Nassar.