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Palco religioso pós-Rio 2016, Maracanãzinho revê esporte após 727 dias

Divulgação
Imagem: Divulgação

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/08/2018 04h00

Eram 13h52 do dia 21 de agosto de 2016 quando a bola que parou no bloqueio brasileiro tocou a quadra italiana e fez o Maracanãzinho explodir com o tricampeonato olímpico do vôlei masculino brasileiro.

Passados 727 dias de silêncio, o principal ginásio da cidade olímpica volta a abrir as suas portas para o esporte. Neste sábado, a seleção feminina de vôlei recebe os Estados Unidos, às 19h30, em amistoso preparatório para o Mundial.

O Maracanãzinho chegou a ficar sem energia durante um período pós-olímpico, e até um incêndio na tubulação foi registrado. Com equipamentos eletrônicos quebrados e paredes descascadas, o local recebeu apenas pequenos eventos neste espaço de tempo, em sua grande maioria de caráter religioso.

Fechado ao esporte desde então, um dos maiores templos do vôlei foi vítima de uma guerra que tem como protagonistas a concessionária que administra o Maracanã, o Governo do Rio e o Comitê Rio-2016, que foi condenado judicialmente a pagar por danos que o complexo sofreu durante os Jogos.

Ouro vôlei Brasil na Olimpíada do Rio - REUTERS/Dominic Ebenbichler - REUTERS/Dominic Ebenbichler
Último evento esportivo do Maracanãzinho foi a conquista do ouro olímpico do Brasil
Imagem: REUTERS/Dominic Ebenbichler

Fato é que o descaso da organização e a situação financeira desastrosa do Comitê fizeram com que os recursos nunca chegassem, e o espaço ficasse praticamente inutilizado por dois anos. A reforma do equipamento custou aproximadamente R$ 35 milhões, e a busca da empresa gestora é encontrar um modelo de negócios que mantenha o ginásio ativo e de pé.

“A concessionária tem o dever, o direito e a necessidade de fazer Maracanãzinho funcionar, e tomamos a decisão de investir cerca de R$ 700 mil para que o ginásio voltasse à normalidade. Fizemos os reparos necessários nos sistemas elétricos, hidráulicos e no ar condicionado, além da manutenção e limpeza”, disse ao UOL Esporte Mauro Darzé, presidente da Maracanã S.A.

Pronto para voltar à ativa, o “irmão caçula” do Maracanã recebeu um banho de loja e a promessa é que a presença dos maiores nomes do esporte olímpico brasileiro não sejam apenas visitantes ocasionais, ainda que a agenda também contemple eventos musicais e de outras naturezas.

“Além do voleibol, já temos um show do Roupa Nova, e o Gracie Pro, uma grande feira sobre o jiu-jitsu promovida pela família Gracie. Estamos negociando outros eventos”, assegurou Darzé.

O jogo de preparação para o Mundial do Japão tem ingressos à venda, que vão de R$ 30 até R$ 80, na bilheteria do Maracanãzinho.