Brasil passa em branco em Moscou e precisa melhorar rumo ao Rio-2016
O Brasil ficou sem medalhas no Mundial de Atletismo de Moscou, repetindo o fiasco das Olimpíadas de Londres-2012, um desempenho preocupante a três anos dos Jogos do Rio-2016. Essa foi a quarta vez que os atletas do país passaram em branco na história dos Mundiais, após as edições de Stuttgart-1993, Edmonton-2001, Helsinque-2003 e Berlim-2009.
A equipe feminina do revezamento 4x100 m teve uma grande oportunidade de salvar a honra do atletismo brasileiro neste domingo, quando a última revezadora deixou o bastão cair na reta final quando ocupava o segundo lugar na prova.
"Somos uma equipe e temos de agir como equipe. Precisamos analisar o nosso erro, procurar o motivo sem buscar uma culpada. Doeu muito porque tínhamos a medalha nas nossas mãos", declarou Franciela Krasucki, terceira revezadora brasileira, que viu o bastão cair pouco depois de tê-lo passado para Vanda Costa.
Pouco antes, o revezamento brasileiro avançou à final e quebrou o recorde sul-americano em 42.29 com outra formação, com a experiente Rosângela Santos no lugar de Vanda Gomes. Outro atleta brasileiro "bateu na trave" em Moscou, Mauro Vinícius da Silva, o Duda, que ficou fora do pódio do salto em distância por apenas três centímetros.
Campeão mundial indoor em Istambul no ano passado, Duda, de 26 anos ficou com o quinto lugar, saltando em 8,24 m, quando o mexicano Luis Alberto Rivera levou o bronze em 8,27. Empurrado pela torcida local, o russo Alexandr Menkov conquistou o título com a incrível marca de 8,56 m.
Apesar da frustração com o resultado decepcionante, o saltador mantém a esperança de brilhar no Rio em 2016. "Meu grande sonho é fazer como Menkov, vencer em casa. Não há nada melhor. Mas para isso ainda vou ter que trabalhar muito", avisou Duda.
Outra esperança de medalha brasileira, Fabiana Murer, que defendia o título mundial do salto com vara conquistado em Daegu-2011, também amargou a quinta posição. Com a marca de 4,65 m, assistiu como Duda ao triunfo de outra atleta da Rússia, a "Czarina" Yelena Isinbayeva, que conquistou o ouro em 4,89 m. "Por alguns momentos, pensei que essa altura pudesse estar no meu alcance, mas hoje não era o dia. Sabia que precisava saltar mais de 5,75 m para conquistar uma medalha, mas não deu", lamentou a brasileira, de 32 anos.
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Muito criticada por ter ficado fora da final dos Jogos Olímpicos de Londres no ano passado, ao desistir de saltar na sua última tentativa por causa do vento, Fabiana poderá tentar aproveitar a "pausa" de Isinbayeva, que interrompeu sua carreira para ser mãe, para tentar voltar ao topo.
Apesar das decepções de Fabiana, Duda e do revezamento 4x100 m feminino, houve alguns pontos positivos. Anderson Henriques, de apenas 21 anos, chegou à final dos 400 m rasos, na qual terminou em oitavo, e superou pela primeira vez a "barreira" dos 45 segundos na semifinal ao correr em 44.95.
"Estar nesta final já era como uma medalha para mim. Fiz um grande Mundial, competi contra os melhores. Corri nesta final ao lado de grandes nomes por isso estou muito feliz pelo que aconteceu nos últimos dias", disse o brasileiro depois da prova.
Ele também contribuiu para a classificação para a final do revezamento 4x400 m, onde chegou em sétimo junto com Pedro Luiz de Oliveira, Wagner Cardoso e Hugo de Sousa.
Carlos Eduardo Chinin, que como Anderson disputava seu primeiro Mundial, também teve um ótimo desempenho ao terminar em sexto lugar do decatlo.
Na maratona masculina, Solonei da Silva e Paulo Roberto de Almeida Paula também saíram de Moscou satisfeitos. Saíram da competição na sexta e sétima colocação e protagonizaram um belo momento de emoção ao cruzar a linha de chegada juntos, de mãos dadas.
"Dizem que o atletismo brasileiro não conquistou medalhas neste Mundial, mas só queremos mais unidade para que no Rio-2016 haja mais maratonistas que possam dar alegria ao nosso país", explicou Paulo Roberto.
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