Real conquista Copa do Rei e afunda o Barça na crise

VALENCIA, Espanha, 16 Abr 2014 (AFP) - O Real Madrid sagrou-se campeão da Copa do Rei, nesta quarta-feira no estádio Mestalla de Valência, ao vencer por 2 a 1 o clássico contra o Barcelona, que corre sério risco de ficar sem título nesta temporada.

O argentino Angel Di María abriu o placar para os 'Merengues' aos 10 minutos de jogo e Marc Bartra deixou tudo igual de cabeça aos 23 da etapa final. Mas o galês Gareth Bale deu a vitória aos 40, ao marcar um golaço em grande jogada individual.

Esta foi a 19ª vez que o Real levantou o troféu da Copa do Rei. A última tinha sido em 2011, quando também derrotou o Barça, por 1 a 0, com um gol marcado na prorrogação pelo astro português Cristiano Ronaldo.

Lesionado, o melhor jogador do mundo não esteve em campo em Valência, mas seus companheiros de equipe mostraram que podem dar conta do recado. A outra estrela da companhia, Gareth Bale, acabou marcando o gol do título em grande estilo, justificando os cerca de 100 milhões de euros investidos pelo Real para tirá-lo do Tottenham.

"Estou muito feliz por ter ganho esta competição, jogamos bem e merecemos o título", comemorou o técnico italiano do Real, Carlo Ancelotti.

"Fizemos uma grande partida, mas sofremos um pouco. Não podemos dizer que o ciclo vitorioso do Barça terminou. Enfrentar este time é sempre muito, muito complicado", completou.

O clube catalão vive uma fase desastrosa. Em pouco mais de semana, sofreu três derrotas seguidas num momento crucial da temporada. No dia 9 de abril, foi eliminado nas quartas de final da liga dos Campeões ao perder por 1 a 0 no campo do Atlético de Madri, depois do empate em 1 a 1 no Camp Nou.

No último sábado, os catalães sofreram uma derrota inesperada por 1 a 0 para o modesto Granada, que luta contra o rebaixamento, e caíram para a terceira posição do Campeonato Espanhol, ficando a quatro pontos do líder Atlético e a um do Real.

"Foi um golpe muito duro porque tínhamos grandes expectativas. Foi uma semana complicada em todas as frentes", lamentou o técnico argentino do Barça, Gerardo 'Tata' Martino.

"Temos a obrigação de seguir adiante e lutar pelo que nos resta", acrescentou.

Os 'Merengues', que haviam sido derrotados nos dois clássicos desta temporada pelo Campeonato Espanhol (2-1 no Camp Nou e 4-3 no Santiago Bernabéu), começaram pressionando, mostrando muita disposição para afundar o arquirrival.

Real letal nos contra-ataques Os comandados do técnico italiano Carlo Ancelotti jogaram com marcação adiantada, dificultando a saída de bola catalã e apostando na velocidade de Di María e Bale para puxar os contra-ataques.

A estratégia não demorou a dar resultado. Com apenas dez minutos de bola rolando, o Real aproveitou uma jogada desperdiçada por Neymar e iniciou um contragolpe letal. A bola passou por Isco, Bale e Benzema, que deu um lindo lançamento para Di María. O argentino invadiu a área venceu Pinto com chute cruzado. O goleiro chegou a tocar na bola, mas não a impediu de entrar nas redes.

O clássico voltou a ser um embate de estilos entre o jogo vertical dos 'Merengues' e o 'tiki-taka' dos catalães, que tentaram se impor na base do toque de bola, mas esbarraram na boa marcação das duas linha de quatro dos madrilenhos.

Isco quase ampliou aos 36 após receber um passe certeiro de Bale na área, mas acabou sendo travado por Jordi Alba na hora de finalizar.

Como vinha acontecendo nas últimas semanas, Messi estava muito apagado, a anos-luz do jogador que foi eleito melhor do mundo durante quatro anos seguidos, de 2009 e a 2012. O argentino só apareceu aos 41, quando recebeu na entrada da área depois de bela jogada de Iniesta na esquerda e chutou rente à trave de Casillas.

Neymar até que tentou resolver sozinho com seus dribles, mas também não estava em noite inspirada.

No intervalo, Jordi Alba, lesionado, deu lugar a Adriano, deixando o Barça com três brasileiros em campo, com Daniel Alves na lateral direita.

Aos 15 do segundo tempo, Martino mexeu novamente na equipe, tentando deixar o Barça mais ofensivo ao tirar Fábregas, que estava perdido em campo, para a entrada de Pedro, deixando Neymar ocupar novamente na ponta esquerda, sua posição predileta.

Neymar acerta a trave no fim Os catalães cresceram na partida e o jovem zagueiro Marc Bartra deixou tudo igual aos 23, ao subir mais alto que o brasileiro naturalizado português Pepe para cabecear para as redes.

O gol deu ânimo ao Barça, que continuou partindo para cima, mas o Real acabou decidindo o jogo em novo contra-ataque.

Aos 40, Bale arrancou pela esquerda desde seu campo e ganhou de Bartra na velocidade e venceu seu duelo cara a cara com pinto.

O galês fez a jogada toda numa velocidade impressionante, precisando até sair de campo para passar por Bartra, jogando a bola de um lado para passar no outro.

Neymar, que teve boas atuações nos dois primeiros clássicos que disputou, ainda teve a chance de forçar a prorrogação nos acréscimos, mas acabou acertando a trave, deixando os 'Merengues' com o título.