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Tribunal analisa saúde mental de Oscar Pistorius

Da AFP, em Pretória

13/05/2014 09h35

O atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius, julgado pelo assassinato de sua namorada, pode ser submetido a um exame psiquiátrico para determinar se sofre de um transtorno de ansiedade generalizada, como afirmou uma testemunha na audiência desta terça-feira.

A psiquiatra Meryll Vorster declarou no tribunal de Pretória, que julga Pistorius, que sua ansiedade exacerbou o medo da criminalidade.

Desde o início do julgamento, no dia 3 de março, a defesa descreve Oscar Pistorius como uma pessoa que teve uma infância difícil, obcecada por sua segurança em um país com uma alta taxa de criminalidade.

Por sua vez, a acusação insistiu em descrever Pistorius como um paranoico.

Os advogados de defesa querem demonstrar que este estado de ansiedade influenciou na reação de Pistorius na noite de 14 de fevereiro de 2013, quando atirou contra sua namorada, Reeva Steenkamp, acreditando que se tratava de um ladrão.

Segundo Meryll Vorster, o transtorno de ansiedade generalizada teve consequências diretas nas relações pessoais e na vida sexual de Pistorius.

"Funcionava socialmente? Sim, diríamos que sim. Mas não em ótima forma", resumiu a psiquiatra, antes de se referir à vida sexual do atleta.

"Suas relações sexuais parecem ter durado pouco", disse Vorster.

O promotor Gerrie Nel soliciou que Oscar Pistorius seja submetido a uma observação durante 30 dias para verificar as conclusões do psiquiatra.

Gerrie Nel considerou que o atleta não parecia sofrer de transtorno de ansiedade generalizada, que se caracteriza por um estado de inquietação permanente e excessivo.

Oscar Pistorius, de 27 anos, afirma que matou sua namorada acidentalmente, acreditando que se tratava de um ladrão escondido no banheiro.

A acusação pensa, no entanto, que se trata de um homicídio doloso ocorrido após uma violenta discussão.