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Copa Africana de Nações de 2015 será disputada na Guiné Equatorial

14/11/2014 17h38

PARIS, 14 Nov 2014 (AFP) - A Copa Africana de Nações (CAN) de 2015 será disputada na Guiné Equatorial, de 17 de janeiro a 8 de fevereiro, anunciou a Confederação Africana de Futebol (CAF), que buscava uma alternativa após a desistência do Marrocos de sediar o torneio pela epidemia de Ebola.

A seleção da Guiné Equatorial terá uma vaga direta como país anfitrião, depois de ter sido eliminada pela escalação, durante as eliminatórias, de um jogador em condição ilegal.

O país já tinha sediado o torneio em 2012, junto com o Gabão, que também chegou a ser cotado como plano B do Marrocos.

A escolha da Guiné Equatorial é polêmica, já que muitas ONGs denunciam graves violações dos direitos humanos do regime do presidente Teodoro Obiang Nguema, que chegou ao poder com um golpe de estado em 1979 e foi reeleito em 2009 com 95,37% dos votos.

A Transparency International aponta o país como um dos mais corruptos do mundo, no 163º lugar de um ranking de 175 nações.

Dinheiro do petróleo Acostumado a ser usada como plano B, a África do Sul, que organizou a Copa do Mundo em 2010, disse em outubro que não estava preparado para sediar a CAN por motivos financeiros.

Dinheiro não é um problema para a Guiné Equatorial, pequeno país situado entre Gabão e Camarões, que tira sua riqueza do petróleo.

Com apenas 720.000 habitantes e superfície de 28.000 km2, é uma dos menores países da África, com um PIB entre os mais altos do continente (15.500 por habitante, de acordo com dados de 2013 do FMI).

A CAF definiu quatro cidades para receber os jogos, a capital Malabo (situada numa ilha de 2000 km2 ao largo da costa do país), Bata, Mongomo e Ebeiyin.

Nesta sexta-feira, o presidente da CAF, Issa Hayatou, teve uma reunião decisiva com Teodoro Obiang Nguema para acertar os últimos detalhes.

"A dois meses do evento, para aceitar organizar uma competição como essa nestas condições, é preciso ser um verdadeiro africano", elogiou Hayatou.

Marrocos ameaçado de suspensão O dirigente também agradeceu ao Catar, que está sendo alvo de várias acusações em relação à sua escolha como sede da Copa do Mundo de 2022, por ter se oferecido para receber a CAN caso fosse solicitado.

Hayatou usou um tom totalmente diferente para se referir ao Marrocos, que ameaçou suspender por 4 anos por ter desistido de organizar o torneio em janeiro.

Vamos aplicar os nosso regulamentos, que são muito claros. Lembrem-se que, em 1996, a Nigéria tinha boicotado a competição. O presidente nigeriano tinha proibido que a seleção fosse à África do Sul. Eles foram suspensos por quatro anos", afirmou Hayatou em entrevista à rádio francesa RFI.

"Não haverá dois pesos e duas medidas. Não vamos deixar esse tipo de atitude vingar, porque pode prejudicar fortemente o futebol africano", completou o dirigente.

O Marrocos perdeu o direito de sediar a CAN no início da semana, após pedir várias vezes o adiamento da competição por causa da expansão do vírus Ebola. A seleção marroquina também foi excluída do torneio.

pgr-stt/fp