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Brandão pede desculpas, mas diz que cabeçada "não foi premeditada"

23/11/2014 18h16

PARIS, 23 Nov 2014 (AFP) - O atacante brasileiro Brandão, que foi suspenso por seis meses por acertar uma cabeçada no compatriota Thiago Motta em agostos, pediu desculpas neste domingo, mas alegou que o gesto não tinha sido premeditado.

"Eu lamento pelo gesto. Me arrependi na hora, e agora quero pedir desculpas. Sou um jogador profissional e preciso dar o exemplo para as crianças, os torcedores e todos aqueles que gostam do esporte", afirmou o atleta de 34 anos em entrevista à televisão Canal Plus.

O incidente ocorreu no dia 16 de agosto, depois da derrota por 2 a 0 do Bastia no campo do Paris Saint-Germain, e foi flagrado por câmeras de segurança do estádio. No vídeo, exibido várias vezes pela televisão francesa, Brandão aparece no túnel que leva ao vestiário dando uma cabeçada em Thiago Motta, antes de sair correndo.

"Não esperei a chegada dele para atingi-lo. Meu gesto não foi premeditado. Só queria conversar com ele para acalmar os ânimos", alegou.

Para justificar o fato de ter fugido, Brandão disse que "não queria brigar com Thiago". "Fiquei desestabilizado com meu gesto e fui embora", relatou.

O atacante afirmou que tinha sido "xingado durante todo o jogo" or Thiago Motta, brasileiro naturalizado italiano. "Não quero repetir o que ele disse, já relatei tudo à Liga e à justiça. São palavras muito duras, que machucam muito, tanto eu quanto minha família", lamentou.

Brandão também disse que achou a suspensão de seis meses "muito longa". "Eu tenho consciência do meu gesto, mas a suspensão é muito longa. Não acho que a federação tenha entendido minhas desculpas.

O atacante, que se lesionou nesta semana durante um treino, não pretende deixar o Bastia. "Por enquanto, estou aqui, quero me recuperar da lesão e me preparar bem para ficar em forma e voltar rápido para fazer gols", completou.

Brandão também terá que comparecer diante da justiça comum. O julgamento está marcado para o dia 27 de novembro, em audiência do tribunal correcional de Paris.

Na entrevista com o Canal Plus, o brasileiro insistiu sobre fato do gesto não ter sido, segundo ele, premeditado, porque é justamente este critério que será levado em conta pelos juízes.

Se o gesto realmente for considerado premeditado, o tribunal pode punir o atacante com pena de prisão, e não apenas uma multa.

O atacante também se envolveu numa polêmica extra-campo, quando foi acusado de estupro em 2011, mas acabou absolvido.

Por conta desta acusação, chegou a deixar a França em 2012, sendo emprestado pelo Olympique de Marselha ao Grêmio e ao Cruzeiro, mas não se destacou em nenhum dos dois clubes.