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BBC: Adidas vai encerrar patrocínio à IAAF por doping

25/01/2015 15h11

Londres, 25 Jan 2016 (AFP) - A fabricante alemã de material esportivo Adidas, maior patrocinadora da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), envolvida em uma série de escândalos de corrupção, vai encerrar a colaboração com a entidade quase quatro anos antes do fim do contrato, afirmou a emissora inglesa BBC no domingo

Segundo a BBC, a decisão da Adidas está diretamente relacionada aos escândalos que afetam a Federação, incluindo o ato de acobertar os casos de doping que resultaram em novembro na suspensão da Federação Russa de Atletismo.

A empresa teria advertido a IAAF sobre a intenção de suspender o contrato após a divulgação de um relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada) em novembro que detalho uma "cultura do engano profundamente enraizada" no atletismo russo.

Procurada pela AFP, a Adidas se recusou a comentar diretamente a notícia.

"A Adidas se opõe ao doping sob qualquer forma. Em consequência, estamos em contato estreito com a IAAF para saber mais do processo de reforma", disse uma porta-voz.

No início do mês foi publicada a segunda parte do relatório da comissão independente da Wada, que determinou que a corrupção era "parte integrante" da IAAF e que as irregularidades não poderiam ter sido cometidas sem o consentimento dos dirigentes, especialmente do ex-presidente Lamine Diack.

Diack foi indiciado por corrupção passiva pela justiça francesa.

Escândalos em sérieSegundo a BBC, a Adidas considera que os escândalos são motivos suficientes para o cancelamento do patrocínio à IAAF e já teria informado a decisão à entidade que comanda o atletismo. As revelações do relatório representariam uma brecha no contrato com a entidade.

O patrocínio de onze anos foi assinado em 2008. A BBC estima o valor do vínculo em 33 milhões de dólares.

Ao mesmo tempo, a BBC, que cita fontes anônimas, afirma que o valor é muito maior e representa, apenas para este ano, 8 milhões de dólares.

De acordo com esta estimativa, a IAAF deixará de arrecadar cerca de 30 milhões de dólares nos próximos quatro anos.

O fim do patrocínio da Adidas traria uma nova pressão para o novo presidente da IAAF, o britânico Sebastian Coe, num momento chave para o atletismo, com a aproximação dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O próprio Coe foi acusado de 'conflito de interesse' pela atuação no processo de atribuição da organização do Mundial de Atletismo de 2022 à cidade americana de Eugene, no Oregon, sede histórica da Nike, grande concorrente da Adidas.

O dirigente era na época embaixador da marca americana, função pela qual recebia 142.000 euros por ano, à qual renunciou em novembro.

Executivos da Adidas também vêm mostrando inquietação com o gigantesco escândalo de corrupção que também afeta a Fifa. A empresa é um dos patrocinadores mais importantes da entidade que comanda o futebol mundial.

jdg/fp/lg

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