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Comissão de ética da IAAF investiga candidaturas de Doha para Mundiais

26/01/2015 19h46

Londres, 26 Jan 2016 (AFP) - A comissão de ética da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) abriu uma investigação sobre as candidaturas de Doha para sediar os Mundiais de 2017 e 2019, informou nesta terça-feira Ed Warner, presidente da Federação britânica de atletismo.

"Eu tive várias conversas com a IAAF, e me disseram que as candidaturas de 2017 e 2019 de Doha irão ser investigadas pela comissão de ética", declarou Warner diante da comissão de cultura, mídia e esporte do parlamento britânico, em Londres.

A capital do Catar perdeu para Londres na disputa para organizar o Mundial de atletismo de 2017, mas acabou obtendo a sede da edição seguinte, em 2019, derrotando a cidade de Eugene, no Oregon, sede histórica da empresa americana de material esportivo Nike.

Eugene acabou ficando com a edição de 2021, uma decisão tomada em abril do ano passado, para a surpresa de todos, porque o processo de candidatura sequer tinha sido lançado.

A justiça francesa, inclusive, está investigando a atribuição do evento à cidade do Oregon, e o próprio presidente da IAAF, o britânico Sebastian Coe, chegou a ser acusado de conflito de interesses, por exercer na época a função de embaixador da Nike.

Warner, que liderou a candidatura vitoriosa de Londres-2017 já havia feito denúncias recentemente, em entrevista à BBC.

"Durante a noite que antecedeu a votação, um alto dirigente da IAAF me disse que alguns membros do Conselho (o braço executivo da IAAF, que vota na atribuição dos Mundiais) foram chamado um a um para um hotel, onde receberam envelopes com dinheiro", tinha revelado o britânico.

No parlamento, Warner recusou-se a revelar a identidade do dirigente da IAAF que denunciou o esquema, sendo que chegou a ser perguntado pelos deputados se Sebastian Coe teve envolvimento no caso.

"Pode ter sido um certo número de pessoas", contentou-se a responder Warner, antes de alegar que seria "inadequado" fazer mais comentários antes de ser ouvido pela comissão de ética da IAAF.

O Catar também é alvo de suspeitas em relação à atribuição da sede da Copa do Mundo de futebol de 2022, que está sendo investigada pela justiça suíça, em meio ao mega-escândalo de corrupção da Fifa.

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