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Infantino cuida da imagem em primeira viagem como presidente da Fifa

05/03/2015 12h07

Cardiff, Reino Unido, 5 Mar 2016 (AFP) - Gianni Infantino viaja de EasyJet, opina sobre o uso da tecnologia no futebol e assistiu no sábado a um jogo sem usar gravata: o novo presidente da Fifa apresentou seu estilo à imprensa.

Uma semana após ser eleito presidente de uma entidade de imagem abalada, o ítalo-suíço de 45 anos concedeu sua primeira coletiva de imprensa, em Cardiff, onde participou de uma reunião da Board (entidade que determina as regras do futebol).

O dirigente chegou ao País de Gales num voo barato, porque "era a melhor opção", algo bem diferente dos hábitos de seu antecessor, Sepp Blatter.

- 'Optimizar os gastos' -"Certamente haverá momentos em que terei que pegar um voo privado, se preciso visitar três países em um dia, por exemplo, não vou sempre viajar de EasyJet (companhia de baixo custo)", explicou o novo presidente da Fifa. "Todos na Fifa precisam optimizar os gastos, este era meu trabalho na Uefa. Não será mais meu trabalho, pertencerá ao secretário-geral, mas transmitirei minha filosofia. Não é nosso dinheiro, é o dinheiro do futebol e sou muito sério em relação a isso".

Simplicidade também no vestuário: "Há ocasiões em que é preciso usar gravata e ter pinta de presidente, afinal é uma entidade e precisa ser respeitada, mas se vou assistir a um jogo, vou sem gravata".

Neste sábado, no País de Gales, o novo presidente da Fifa foi assistir à vitória do Swansea sobre o Norwich (1-0), e usou apenas um cachecol azul por baixo do casaco.

Será que Infantino utilizará o ex-apartamento de Blatter, alugado pela Fifa? "Por enquanto não", respondeu. "Vou permanecer no pequeno apartamento perto da Fifa, depois veremos".

Em relação ao antecessor, Infantino afirma que "conversei com ele rapidamente, ele me felicitou e só. Certamente teremos a oportunidade de nos cruzar novamente. Eu foi eleito e sou responsável pelas federações que me elegeram".

- 'Mente aberta' -"Gianni", como é chamado pelos jornalistas, iniciou o mandato com uma viagem para discutir as regras do futebol na Board. "Não estava previsto, mas é uma coincidência agradável poder falar de futebol em minha primeira viagem fora da Suíça como presidente. A Board é a história, a lenda do futebol".

O principal assunto de sábado foi a provação do uso da tecnologia no futebol, a título experimental. "É sempre importante proteger as tradições, o futebol permanece sendo aquele esporte que conhecemos graças a pessoas que o protegem", elogiou Infantino. "Mas não podemos fechar os olhos para o progresso. Vamos testar. Talvez sejam necessários alguns anos para encontrar a solução ideal".

"Em relação aos outros esportes, o futebol tem sua fluidez, é preciso ver como a tecnologia impacta essa fluidez", argumentou. "Mas não tenho medo de nada. Não pode ter medo, é preciso reconhecer que estamos em 2016, eu estou de mente aberta".

Sua chegada em Bristol, de onde pegou um carro rumo a Cardiff, tem um valor simbólico e pessoal para Infantino. Quando recém-nascido, uma doação de sangue "salvou minha vida quando eu tinha apenas cinco dias, graças a dois doadores, um de Bristol e outro de Belgrado".

Ao final da entrevista, Infantino defendeu seu projeto de aumentar o número de seleções na Copa do Mundo para 40, sempre de 'mente aberta: "Se me disserem que não é o bom caminho, será duro aceitar, mas é isso. Mas quando coloco algo na cabeça, sou bastante convincente. Esta será uma conversa que terei com muitas pessoas e de mente aberta".