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Fifa resolverá crise no futebol com trabalho e sem 'fórmula mágica'

31/03/2015 20h17

Cochabamba, Bolívia, 31 Mar 2016 (AFP) - Com trabalho e sem "fórmula mágica", a Fifa espera resolver sua crise institucional e de imagem, após o escândalo de corrupção que sacudiu a entidade em 2015, declarou o presidente Gianni Infantino, em visita à Bolívia, no fim de sua primeira turnê pela América do Sul desde que assumiu o cargo em fevereiro.

"Não há fórmula mágica, a fórmula é o trabalho, a paixão e a alegria, é isso que temos que fazer: trabalhar de maneira transparente, muito aberta, muito profissional", declarou Infantino em coletiva de imprensa em Cochabamba, onde cumpriu o segundo dia de sua agenda boliviana, antes de partir para a Colômbia, última parada em sua turnê sul-americana.

"Temos que mostrar ao mundo com ações concretas que estamos aqui com a responsabilidade de cuidar do futebol", garantiu Infantino, que no incio da semana visitou Paraguai e Uruguai.

Na turnê pelo continente, Infantino afirmou ter encontrado "dirigentes que têm essa garra, essa paixão, essa vontade de fazer as coisas como elas têm que ser feitas", numa região "que foi muito afetada pela crise".

O dirigente ítalo-suíço de 46 anos anunciou que "juntos vamos desenvolver projetos e estabelecer uma nova imagem na Fifa, na Conmebol e nas federações nacionais".

"A Fifa irá investir cerca de 1.4 bilhão de dólares nos próximos quatro anos no desenvolvimento do futebol mundial", afirmou Infantino.

Trata-se, principalmente, de "colocar o futebol como prioridade. Não podemos mudar o passado, mas podemos influenciar o futuro, as federações participarão mais no dia a dia, vamos trabalhar mais pessoalmente".

- Conmebol com novos estatutos -Comprometido com esses conceitos, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, concordou que a entidade que comanda "precisa de uma reforma profunda. Encontramos uma Conmebol organizada como no século XIX, temos que transformá-la numa Conmebol para o século XXI".

Para isso, "é preciso um estudo da Conmebol, é preciso mudar os estatutos. Na segunda-feira, recebemos da Fifa o novo esboço dos estatutos".

Essas mudanças vêm "com reformas profundas dentro da instituição para que, a partir disso, possamos nos focar e empurrar a Conmebol rumo ao desenvolvimento do futebol sul-americano".

"Acredito que o que aconteceu com a Conmebol é que se esqueceram do futebol, o que hoje temos como compromisso é voltar a focar no futebol", afirmou Domínguez, num rápido diagnóstico.

O escândalo de corrupção no futebol mundial foi um duro golpe para a Conmebol: três dos antecessores de Domínguez estão presos ou sendo julgados pela justiça.

O paraguaio Nicolás Leoz cumpre prisão domiciliar em Assunção, enquanto o uruguaio Eugenio Figueredo está preso em seu país e o também paraguaio Napout responde em liberdade condicional a processo nos Estados Unidos.

Para Domínguez, sem respaldo, a América do Sul construiu uma história no futebol mundial e "com apoio, poderíamos chegar muito mais longe, esse é nosso objetivo a curto e longo prazo".

- Jogo debaixo de forte sol -Infantino, que chegou à Bolívia após visitar Paraguai e Uruguai, disputou uma partida de futebol contra a equipe do presidente Evo Morales, um fervoroso jogador amador.

O presidente da Fifa vestiu a camisa 9 e a braçadeira de capitão, numa equipe que contava com ex-craques mundiais, como o argentino Pablo Aimar, o colombiano Faustino Asprilla, o brasileiro Cafú e o espanhol Fernando Hierro.

Infantino insistiu em defender o conceito de uma Copa do Mundo "com 40 equipes. É uma ideia, um projeto que tenho, acredito que o futebol é hoje verdadeiramente mundial e acredito que aumentar o número de equipe pode ser positivo".