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Nova versão do 'Decime que se siente' argentino causa indignação no Chile

20/06/2015 17h10

Torcedores argentinos fizeram uma nova versão da música "Decime que se siente", que ficou famosa na Copa do Mundo do Brasil-2014, mas com uma letra agressiva, na qual zombam do Chile por ter sofrido com um terremoto. A provocação gerou indignação das autoridades locais.

"Tomara que o povo argentino nunca passe por isso. Eu não desejo isso a ninguém", afirmou Gastón Saavedra, prefeito de Talcahuano, um dos lugares mais afetados por um terremoto e um tsunami que, em 2010, matou mais de 500 pessoas no Chile.

"Lamento e repudio as palavras e o fato de não se colocarem no lugar do outro, porque isso é não saber a dor de ser afetado por um terremoto e um tsunami", continuou Saavedra.
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Um vídeo difundido nas redes sociais mostra um grupo de torcedores argentinos dentro de um centro comercial da cidade de La Serena, onde a 'Alviceleste' está concentrada, cantando uma nova versão do hino que virou moda na Copa do Mundo do Brasil e que fazia alusão à histórica rivalidade com a seleção brasileira.

A música lembrava a derrota brasileira para os 'Hermanos' nas oitavas de final da Copa do Mundo de 1990, com o gol de Caniggia, depois de um passe de Maradona.

Agora, porém, a letra é muito mais agressiva:

"Chileno decime qué se siente, saber que se te viene el mar (Chileno, me diz como você se sente, sabendo que o mar está vindo), te juro que aunque te tape el agua, nunca te vamos a ayudar (te juro que mesmo se estiver tapado pela água, nunca vamos te ajudar), porque vos sos un traidor, vigilante y botón, nos vendiste en la Guerra por cagón (porque vocês são traidores, vigilantes e dedos-duros, nos venderam na Guerra por medo). Por acá no vengas más, ojalá te tape el mar que te ayuden los ingleses a nadar (Não apareça mais por aqui, tomara que o mar inunda, que os ingleses te ajudem a nadar)", diz o novo cântico argentino.

A canção refere-se ao respaldo dado pela ditadura chilena de Augusto Pinochet (1973-1990) à Grã-Bretanha durante a guerra contra a Argentina nas Malvinas, em 1982.

"Que torçam para sua seleção, se ganharem, tudo bem, porque é um resultado do futebol, mas este transtorno intelectual de alguns torcedores precisa ser repudiado", concluiu o prefeito chileno.