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Riner atropela em Astana e chega ao oitavo título Mundial de Judô

29/08/2015 16h57

Astana, Cazaquistão, 29 Ago 2015 (AFP) - Lenda viva do judô com apenas 26 anos de idade, o francês Teddy Riner fez história mais uma vez neste sábado ao conquistar seu oitavo título mundial, o sétimo consecutivo na categoria pesos pesados (acima de 100 kg).

Invicto há 95 lutas, o atual campeão olímpico venceu todos seus adversários por ippon, mostrando que continua sem rivais à altura.

Na final, o francês derrotou com facilidade o japonês Ryu Shichinohe, algoz do brasileiro David Moura na segunda rodada, que ficou com a prata, como no ano passado.

As medalhas de bronze ficaram com o georgiano Adam Okruashvili e o ucraniano Iakiv Khammo.

Além dos sete ouros seguidos nos pesos pesados (2007, 2009, 2010, 2011, 2013, 2014, 2015), o primeiro deles no Rio de Janeiro, Riner também conquistou em 2008 o título na hoje extinta categoria 'open', que reúne atletas de todos os pesos do Mundial em 2008.

No ano passado, em Chelyabinsk, ele tinha igualado o recorde de medalhas de ouro em Mundiais que pertencia à japonesa Ryoko Tani (até 48 kg) e à chinesa Wen Tong (acima de 78 kg e open).

"Não sei dizer se sou uma lenda. O que sei, é que sou recordista de títulos mundiais. É muito bom, mas não pretendo parar por aí", avisou Riner.

O oitavo título veio numa temporada complicada do francês, que praticamente não competiu em 2015 por ter sofrido cirurgia no cotovelo em fevereiro, antes de sofrer uma lesão no pé no mês seguinte.

Durante a final deste sábado, ele chegou a sentir dores na coxa e virou dúvida para a prova por equipes, marcada para domingo.

"Vi ele mancar um pouco, ele machucou o músculo adutor da coxa. É bem provável que não entre no tatame no domingo", disse à AFP seu técnico, Franck Chambily.

- Vexame brasileiro -Na categoria abaixo (até 100 kg), quem subiu no lugar mais alto do pódio foi o japonês Ryonosuke Haga, que conquistou o sexto ouro para seu país, líder disparado do quadro geral de medalhas.

Haga superou na final o alemão Karl-Richard Frey, que ficou com a prata, e viu o compatriota Dimitri Peters levar o bronze, assim como o belga Toma Nikiforo.

Campeão mundial da categoria no Rio, em 2007, Luciano Corrêa estreou com vitória sobre o húngaro Miklos Cirjenics, mas perdeu a segunda luta para o britânico Benjamin Fletcher.

No feminino, o título dos pesos pesados foi para a chinesa Yu Song, que venceu na decisão a japonesa Megumi Tachimoto.

Grande favorita da categoria, a cubana Idalys Ortiz, atual campeã olímpica (2012) e bicampeã mundial (2013-2014), foi surpreendida por Tachimoto nas quartas de final e teve que se contentar com o bronze repetindo o resultado de 2009 e 2010.

As brasileiras Rochele Nunes e Maria Suelen Altheman perderam logo de cara para a chinesa Sisi Ma e a sul-coreana Mijeong Kim.

Maria Suelen, que tinha levado a prata ao perder para Ortiz nas últimas duas edições, precisou abandonar a luta por sofrer uma lesão no joelho.

O país encerrou sua participação com apenas duas medalhas de bronze, com Érika Miranda (até 52 kg) e Victor Penalber (até 81 kg), muito abaixo da meta de cinco pódios estabelecida pela Confederação Brasileira de Judô.

A um ano dos Jogos do Rio-2016, o judô brasileiro, que é considerado um dos carros-chefe do projeto olímpico, teve seu pior desempenho em 16 anos, desde o Mundial de Birmingham-2009, quando tinha levado apenas um bronze, com Sebastian Pereira, na categoria até 73 kg.