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Serena quer fazer história em casa no US Open

30/08/2015 19h17

Nova York, 30 Ago 2015 (AFP) - Depois de Melbourne em janeiro, Paris em junho e Londres em julho, Serena Williams quer brilhar em Nova York a partir de segunda-feira, para buscar escrever em casa uma das páginas mais gloriosas da história do tênis.

Com o heptacampeonato no US Open, a americana de 33 anos se tornará a primeira a conquistar os quatro Grand Slams no mesmo ano desde a alemã Steffi Graf, em 1988.

As outras foram a australiana Margaret Court (1962, 1965, 1869 e 1970) e a americana Maureen Connolly (1953).

Por enquanto, a caçula das irmãs Williams fechou apenas o 'Serena Slam' (os quatro torneios em sequencia) duas vezes, em 2002 e 2003 (Roland Garros, Wimbledon, US Open e Aberto da Austrália) e na série atual, que começou com o hexa e Flushing Meadows, no ano passado.

O hepta também pode levar Serena a igualar outra marca histórica de Graf, na tentativa de levar a 22 o total de títulos em Grand Slams.

Não existe lugar melhor que Nova York para confirmar o status de lenda viva do esporte.

Apaixonada por moda e pelo ambiente frenético da 'Big Apple', a Rainha do tênis feminino é invicta no US Open há 21 partidas, desde 2011, quando foi superada na decisão pela australiana Samantha Stosur.

Nas três últimas edições, ela não deu chance à rivais, nas quadras onde levantou seu primeiro troféu de Grand Slam, em 1999, quando tinha apenas 17 anos.

- Pressão positiva -"Quando eu era criança, o US Open era realmente o torneio que eu sonhava em ganhar", lembrou Serena em entrevista coletiva realizada neste domingo.

"Não posso dizer que nunca sonhei em fechar o 'Calendar Slam' (os quatro torneios no mesmo ano), mas é diferente. Sempre há mais um recorde a ser batido", afirmou, mostrando que sua sede de vitórias está longe de ser saciada.

Apesar de ser bem mais velha que a maioria das rivais, a idade não parece pesar para Serena, que continua implacável, com apenas duas derrotas sofridas nesta temporada.

A pressão pelo título em casa será enorme, mas a americana não costuma 'amarelar' em grandes eventos.

"Prefiro ter esse tipo de pressão do que a pressão de não vencer. Nem todos podem aguentar essa pressão, mas prefiro estar na minha posição do que no lugar das outras", sentenciou.

A hegemonia de Williams e tamanha que as principais rivais parecem ter complexo de inferioridade quando entram em quadra para enfrentá-la, como a russa Maria Sharapova, número três do mundo, que não derrota a americana há mais de dez anos.

"Sua maior rival é ela mesma", avisou o francês Patrick Mouratoglou, seu técnico desde 2012.

A última a vencê-la é uma jovem promessa, a suíça Belinda Bencic, de apenas 18 anos, que tem tudo para ser a pedra no sapato das favoritas.

- 'Feijão' no caminho de Djoko -No masculino, o número um do mundo Novak Djokovic também está fazendo uma temporada espetacular, mas a concorrência é bem mais forte.

O sérvio levou a melhor no Aberto da Austrália e em Wimbledon, mas também sofreu derrotas em finais contra seus principais adversários.

A mais dura foi em Roland Garros, quando amargou mais um vice-campeonato no único dos quatro Grand Slams que ainda não venceu, ao perder a decisão para o suíço Stanislas Wawrinka.

Há duas semanas, aconteceu o mesmo no único Masters 1000 que ainda falta no seu currículo, em Cincinnati, quando foi derrotado por outro suíço na final, o veterano Roger Federer, que continua jogando em altíssimo nível aos 34 anos.

Na semana anterior, foi superado pelo britânico Andy Murray, seu maior rival desde a adolescência, em Montreal.

No US Open, o sorteio colocou Djoko no caminho de outro osso duro de roer, o espanhol Rafael Nadal, que pode enfrentar logo nas oitavas de final.

"Quero ganhar todos os Grand Slams que disputo. Sou ambicioso porque meus resultados dos últimos anos permitem que eu seja", avisou o sérvio de 28 anos, que só conseguiu triunfar no US Open uma vez, em 2011.

O caminho de Djoko rumo ao bi começa com um duelo com o brasileiro João Souza, o 'Feijão', número 88 do mundo, que ganhou uma ótima oportunidade de mostrar serviço diante do melhor tenista da atualidade.

O Brasil terá três representantes na chave de simples. O número um do país, Thomaz Bellucci, 30º colocado do ranking, voltou a ser cabeça de chave pela primeira vez em dois anos e meio, desde a edição de 2013 do Aberto da Austrália.

A estreia será contra o britânico James Ward, o ranking 134º, mas sua tarefa pode se complicar na terceira rodada, contra outro representante da Terra da Rainha, o número 3 do mundo Andy Murray.

No feminino, Teliana Pereira (53ª) enfrentará a russa Ekaterina Makarova, número 13 do mundo.