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Sem rumo, Argentina sente falta do criticado Messi

09/10/2015 19h56

Buenos Aires, 9 Out 2015 (AFP) - O astro Lionel Messi foi mais uma vez a figura chave da Argentina, apesar de não ter participado da vexaminosa apresentação da seleção 'Alviceleste', superada na quinta-feira em todas as faces do jogo pelo Equador.

Na quinta-feira à noite, quando a seleção argentina foi derrotada por 2 a 0 e saiu vaiada do campo do estádio Monumental de Buenos Aires, numa decepcionante estreia nas eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia-2018, todas as críticas passadas a Messi pareceram ficar em segundo plano.

Tão questionado pelos argentinos pela falta de títulos importantes com a seleção, agora todos pensam no lesionado astro do Barcelona que não pôde jogar, no momento em que uma Argentina perdida mostrou que precisava de um farol em campo para iluminar a equipe.

"Não guardo nada desse jogo, fizemos tudo mal", admitiu o treinador Gerardo Martino, agregando que "o Equador nos superou em todas as faces do jogo".

Martino se mostrou "enojado e triste" com a estreia da Argentina nas eliminatórias, mesmo sentimento dos torcedores, que há 22 anos não viam sua seleção perder no estádio Monumental pelas eliminatórias, desde a fatídica goleada sofrida para a Colômbia por 5 a 0, em 1993.

- Equipe sem Messi -As críticas ao treinador não demoraram para surgir.

"Os erros de Martino aparecem a cada canto da cena do crime. Talvez o que mais se sobressai, o que mais o condena, é a ideia de montar uma equipe com tantas armas em função de Messi, sem que Messi esteja em campo", argumentou o jornal esportivo Olé.

Lucas Biglia, um dos jogadores que participou do vexame, defendeu o técnico, afirmando que "é óbvio que sentimos falta de Leo".

Paciência, algo que Martino sabia que ia precisar, faltou justamente contra o Equador.

"Nos desorganizamos, não ocupamos os espaços, ficou difícil pressionar e o Equador foi ficando muito à vontade em campo", reconheceu o capitão Javier Mascherano.

A lesão aos 20 minutos de jogo do atacante Sergio Agüero, que vinha de marcar cinco gols pelo Manchester City, foi a gota d'água para desorientar de vez a equipe.

A 'Alviceleste' tampouco encontrou soluções com a entrada de Carlos Tévez, o 'atacante do povo', que não conseguiu fazer a diferença.

- Rojo faz falta -"Nunca será natural substituir Messi e sua qualidade. Seu passear em campo é tão transcendente que sem ele a seleção adquire um tom murcho, um ar ordinário", afirmou o jornal La Nación.

Segundo o jornal, "é possível perdoar quase tudo, menos o fato da equipe não ter um estilo. Isto é evidente nessa seleção, que perde o compasso no ataque e se desequilibra em nome da audácia".

A Argentina também pecou na defesa antes de sofrer um apagão, levando gols seguidos aos 36 e 37 minutos do segundo tempo, primeiro na cabeçada de Frickson Erazo e depois na definição de Felipe Caicedo.

Marcos Rojo, que também desfalcou o time, teve a ausência muito sentida pela equipe de Martino.

Em seu lugar, Emanuel Mas não teve boa atuação na lateral, assim como Facundo Roncaglia. Já os zagueiros Ezequiel Garay e Nicolás Otamendi sofreram com a velocidade dos equatorianos.

Antes do jogo, Martino alertou que "o Equador tem individualidades desequilibrantes que podem nos machucar".

O treinador tinha razão. A Argentina não encontrou soluções e saiu de campo cabisbaixa, num estádio repleto de lugares vazios. Os torcedores que ficaram até o fim se contentaram em vaiar a seleção e gritar 'Olé' a cada passe equatoriano.