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Guangzhou Evergrande, o gigante chinês com sotaque brasileiro

09/12/2015 10h28

Osaka, Japão, 9 dez 2015 (AFP) - O Guangzhou Evergrande, com sua segunda Champions League asiática em três anos, garantiu a vaga no Mundial de Clubes da Fifa, no qual buscará o título liderado por uma verdadeira legião brasileira: o técnico Felipão e o quarteto Robinho-Paulinho-Elkeson-Ricardo Goulart.

Sediado na cidade de Cantão, o Evergrande já disputou uma vez do Mundial de Clubes. Em Marrocos-2013, depois de conquistar pela primeira vez o título continental, terminou a competição na quarta posição.

Naquela edição, estreou nas quartas de final com uma vitória por 2 a 0 sobre o Al Ahly, do Egito, antes de ser eliminado nas semifinais pelo poderoso Bayern de Munique (3-0), que terminou campeão.

Na partida pelo terceiro lugar, perdeu por 3 a 2 para o Atlético Mineiro.

Dois anos depois, a equipe chinesa começa uma nova aventura nas quartas de final contra o América, do México, em 13 de dezembro, em Osaka. Em caso de vitória, enfrentará nas semifinais o assustador Barcelona, de Messi, Neymar e Suárez.

O clube, atualmente propriedade da empresa do setor imobiliário Evergrande (60%) e do Alibaba, gigante do varejo eletrônico (40%), sofreu prejuízo de 75 milhões de dólares em 2014, devido principalmente aos enormes salários pagos às estrelas da equipe.

Segundo informações da imprensa, o clube paga 90 milhões de dólares por ano a jogadores e treinadores.

Em junho, Felipão, técnico do Brasil no pentacampeonato mundial na Copa do Japão e Coreia-2012, que fracassou no Mundial em casa, em 2014, com a fatídica goleada de 7 a 1 para a Alemanha, chegou a Cantão para substituir o italiano Fabio Cannavaro, que só ficou seis meses à frente da equipe.

- Robinho, a joia da equipe -Em seguida, o Evergrande mostrou seu poderio econômico contratando Paulinho, volante da seleção brasileira e do Tottenham, por 15 milhões de dólares, com um contrato de 7 milhões de dólares anuais.

Logo chegou Robinho, que, a principio, assinaria contrato de 12 milhões de dólares anuais, mas precisou se conformar com 'apenas' 3 milhões de dólares por seis meses de vínculo, apenas até a disputa do Mundial de Clubes.

Após anos de predomínio italiano, com Marcelo Lippi como técnico -antes de Cannavaro- e jogadores como Alberto Gilardino e Alessandro Diamanti, agora é o Brasil que manda em Cantão.

Este é o novo rumo de um clube que até 2010 estava na segunda divisão chinesa e que, desde então, conquistou cinco títulos nacionais, tornando-se no único clube do país a vencer a Champions League asiática (2013 e 2015).

A aposta brasileira parte de um meio de campo comandado por Paulinho, convocado por Felipão para a Copa do Mundo-2014, e um ataque de excelente qualidade.

Ricardo Goulart, de 24 anos e bicampeão brasileiro com o Cruzeiro, foi eleito o melhor jogador do ano na China e é acompanhado de Elkeson, que brilhou no Botafogo em 2013, e de Robinho, que aos 31 anos decidiu continuar a carreira em terras chinesas.

Felipão espera deixar para trás o trauma do 7 a 1 e reviver as glórias que de 2002, quando levou ao Brasil ao penta, justamente em terras japonesas, onde tentará surpreender, desta vez com um time chinês.