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Sudão do Sul ignora indicação da CAF e apoia Infantino

06/02/2016 19h52

Paris, 6 Fev 2016 (AFP) - O Sudão do Sul não levou em conta a decisão da Confederação Africana de Futebol (CAF) de apoiar o xeque Salman na eleição presidencial da Fifa e avisou que pretende votar no seu maior concorrente, o suíço Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa.

"Apoiamos Gianni Infantino para a presidência da Fifa", informou o presidente da Federação do Sudão do Sul, Chabur Goc Alei, em comunicado enviado à AFP.

"Consideramos o projeto dele melhor para nossa federação, para a África e para o mundo. Acho que ele também receberá o apoio de outros colegas africanos, porque é a pessoa perfeita para este cargo", insistiu o dirigente.

Infantino se disse "encantado" com este novo apoio.

"Será o primeiro de muitos outros nesse grande continente. Conto com o apoio de vários líderes de federações africanas e tenho certeza de que a África terá um papel importante na minha eleição", comentou.

Na sexta-feira, o comitê executivo da CAF, órgão executivo da entidade, deu seu "apoio pleno" a Salman, presidente da Confederação Asiática, em decisão unânime.

Mesmo assim, o exemplo do Sudão do Sul mostra que as federações nacionais do país não vão necessariamente votar em bloco.

A África é o continente com o maior número de países-membros da Fifa, somando 54 entre as 209 federações que tem direito a um voto cada na eleição marcada para 26 de fevereiro.

No dia 15 de janeiro, a CAF fechou um acordo de cooperação com a Confederação Asiática, que chegou a ser considerado "uma violação das regras eleitorais" por outro candidato, o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein.

Além de Salman, Ali e Infantino, também concorrem à sucessão de Joseph Blatter o francês Jérôme Champagne, ex-secretário adjunto da Fifa, e o sul-africano Tokyo Sexwale, ex-companheiro de cela de Nelson Mandela, que sequer conseguiu apoio do próprio continente.

Em meio ao mega-escândalo de corrupção da Fifa, o vencedor da eleição sucederá ao suíço Joseph Blatter, que colocou o mandato à disposição apenas quatro dias depois da última reeleição, em maio. Blatter foi suspenso por oito anos de exercer qualquer atividade ligada ao futebol.