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Chile é bicampeão da Copa América e aposenta Messi da seleção argentina

27/06/2016 02h48

East Rutherford, Estados Unidos, 27 Jun 2016 (AFP) - O Chile sagrou-se bicampeão da Copa América ao vencer a Argentina nos pênaltis (4-2) na final da edição do Centenário, depois do empate sem gols com bola rolando, neste domingo, em Nova Jersey, levando Lionel Messi anunciar a aposentadoria da seleção.

O craque do Barcelona isolou sua cobrança na disputa de pênaltis e amargou o terceiro vice-campeonato seguido com a 'alviceleste'.

"Já deu, a seleção argentina acabou para mim", sentenciou o camisa 10, muito abatido quando passou pela zona mista do Metlife Stadium, depois de falhar mais uma vez na tentativa de acabar com uma seca de 23 anos sem títulos do seu país.

O roteiro foi praticamente idêntico ao do ano passado, quando o Chile conquistou seu primeiro título continental em casa ao superar os 'Hermanos' nas penalidades máximas.

A geração dourada da 'Roja' se manteve no topo sob o comando do técnico argentino Juan Antonio Pizzi, que substituiu o compatriota Jorge Sampaoli no início deste ano e deu a volta por cima depois de um início complicado.

"Estou muito feliz. Há muito alegria, é muito difícil chegar nesse tipo de competição e conquistar títulos", vibrou o treinador.

Messi sabe muito bem dessa dificuldade. 'La Pulga', que completou 29 anos na última sexta-feira, foi três vezes vice-campeão da Copa América (2007, 2015 e 2016) e também perdeu a final da Copa do Mundo no Brasil (derrota por 1 a 0 para a Alemanha na prorrogação).

Maradona tinha avisado: "se não ganharem essa, nem precisam voltar para casa". Messi, criticado recentemente por el Pibe de Oro por "não ter personalidade", acabou levando a 'dica' ao pé da letra.

O craque chocou o mundo com uma decisão tomada no calor do momento, que, se for confirmada, priva o futebol mundial de um dos melhores jogadores de todos os tempos dos próximos torneios de seleções.

"Perder de novo é uma dor grande demais", resumiu o técnico da Argentina, Gerardo 'Tata' Martino.

- Árbitro brasileiro protagonista -Pela primeira vez desde o início do torneio, os 'Hermanos' entraram em campo com sua força máxima, com o retorno de Di María, que perdeu as última três partidas por sentir dores musculares. Messi e Biglia, que perderam o início da competição por lesão, também começaram jogando.

o Chile também ganhou 'reforços' de peso, ambos no meio de campo, com Diáz recuperado de lesão, e o astro Arturo Vidal, que cumpriu suspensão na semifinal.

A Argentina precisou de menos de trinta segundos para mostrar seu pode de fogo. No primeiro lance da partida, Banega avançou livre pelo meio e soltou a bomba de fora da área, raspando a trave de Claudio Bravo.

O início de jogo foi bastante intenso, com divididas ríspidas e muita pressão argentina sobre a saída de bola, impedindo o Chile de impor seu toque de bola.

Essa marcação pressão quase resultou em gol, aos 21. Higuaín desarmou Medel perto da área e deu um toque sutil por cima do goleiro, mas a bola saiu caprichosamente pela linha de fundo.

A equipe chilena que já não andava bem das pernas, ficou numa situação mais complicada aos 28, quando Marcelo Díaz foi expulso pelo árbitro brasileiro Héber Roberto Lopes ao levar o segundo cartão amarelo por uma trombada em Messi.

A 'Roja' se preparava para pelo menos uma hora inteira de sofrimento com um jogador a menos, mas a inferioridade numérica durou apenas 14 minutos. Aos 42, o lateral argentino Marcos Rojo levou vermelho direto por uma entrada dura em Vidal.

- Bravo redime Vargas e condena Messi -A 10 contra 10, abriram-se mais espaços, favorecendo o jogo de passe chileno. Tanto que a Argentina praticamente não viu a cor da bola no início do segundo tempo.

O Chile chegava com muito perigo e Isla teve boas chance aos 11, ao pegar a sobra de uma bola mal afastada por Di María, mas não caprichou na pontaria.

No minuto seguinte Martino conseguiu equilibrar o jogo ao tirar Di María para a entrada de Matías Kranevitter, volante com mais poder de marcação.

As 24, foi a vez de Agüero entrar em campo, no lugar de Higuaín, e o atacante do Manchester City deu as caras três minutos depois, com um chute de fora da área que passou por cima.

O Chile continuou pressionando e teve ótima chance aos 34, quando Vargas recebeu longo lançamento na direita e finalizou sem ângulo, exigindo defesa difícil de Romero.

Aos 39, Agüero voltou a ameaçar a meta de Bravo. Em bela jogada individual, 'Kun' deu uma meia-lua no marcador e ficou cara a cara com o goleiro do Barcelona, mas errou o alvo novamente.

O jogo foi para a prorrogação e Agüero continuou sendo a principal arma dos 'Hermanos'. Aos 7, Messi cobrou falta na área e o atacante cabeceou com muito perigo, obrigando Bravo a se esticar todo para espalmar.

O Chile terminou o jogo sem Alexis Sánchez, que sentiu a coxa e deu lugar a Francisco Silva.

Faltando cinco minutos para o fim do jogo, estádio inteiro ficou na expectativa quando Agüero sofreu falta perto da área. Messi ajeitou a bola com carinho, como fez na semifinal, quando bateu o recorde de gols de Batistuta com a seleção argentina, mas sua cobrança desviou na barreira.

Na disputa de pênaltis, os dois craques de cada time começaram errando. Vargas parou na defesa de Romero e Messi isolou a bola na arquibancada.

Quem acabou sentindo o peso da falha foi o craque do Barça, já que Bravo defendeu a cobrança de Biglia e Francisco Silva acertou o chute decisivo que garantiu mais uma consagração da melhor geração da história do futebol chileno.