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Com Neymar, Gabriel Jesus e Gabigol no ataque, Brasil vence Japão antes dos Jogos-2016

30/07/2016 19h13

Goiânia, Brasil, 30 Jul 2016 (AFP) - No primeiro e único teste da seleção antes dos Jogos do Rio-2016, Neymar e companhia venceram por 2 a 0 o Japão, neste sábado em Goiânia, na base do toque de bola e da velocidade, dando um primeiro passo rumo à inédita conquista da tão cobiçada medalha de ouro olímpica.

O placar da partida acabou sendo magro, tendo em vista a quantidade de lances de perigo criados pela equipe do técnico Rogério Micale, principalmente no primeiro tempo, quando além dos gols a seleção acertou duas bolas na trave.

Com uma escalação muito ofensiva no início do jogo, o Brasil, liderado pelo trio de ataque Neymar, Gabriel Jesus e Gabriel 'Gabigol', dominou a posse de bola e construiu a vitória na etapa inicial.

No segundo tempo, com as mudanças promovidas na equipe por Micale, a seleção continuou dominando a posse de bola, mas se mostrou menos aguda ofensivamente, encontrando mais dificuldade para chegar ao gol japonês, devido principalmente à queda de rendimento de Neymar.

"Além dos gols, tivemos boas oportunidades, acertamos duas bolas na trave. Nós tivemos um domínio muito amplo de posse de bola, segurança no setor defensivo, o que é importante quando você tenta propor o jogo. A individualidade apareceu, as inversões de jogo também. A equipe se portou muito bem dentro da proposta que a gente tava querendo", analisou Micale.

Após a boa exibição contra os japoneses, potenciais adversários nas quartas de final do torneio olímpico, o Brasil estreia nos Jogos do Rio-2016 na próxima quinta-feira contra a África do Sul em Brasília.

No dia 7 de agosto, a seleção encara o Iraque, também na capital federal. Três dias depois, encerra a participação na fase de grupos contra a Dinamarca, em Salvador.

- Primeiro tempo animador -Como era de se esperar, a seleção do técnico Rogério Micale, repleta de jovens encarregados de buscar no Rio de Janeiro o inédito ouro olímpico para o Brasil, entrou em campo nervosa e um pouco afobada.

A ausência da experiência do goleiro Fernando Prass, de 38 anos, que se recupera de lesão, e do meia Renato Augusto, 28, poupado no primeiro tempo, foi sentida no início do jogo pela jovem seleção.

Neymar, Gabigol e Gabriel Jesus demoraram cerca de 25 minutos para se entrosarem em sua primeira partida juntos, mas, depois que se acharam em campo, tornaram o ataque da seleção num verdadeiro pesadelo para a defesa japonesa.

Apesar do claro domínio de posse de bola (65% no primeiro tempo), os desentrosados jogadores demoraram para mostrar sua qualidade, com muitos erros de passes e lançamentos desperdiçados.

Com o decorrer da partida, porém, Neymar, capitão da equipe, foi assumindo a responsabilidade do jogo e distribuindo ótimos passes para os companheiros, ajudando os jovens colegas a se soltarem dentro de campo.

Foram justamente os companheiros de ataque do craque do Barcelona que se responsabilizaram pelo primeiro lance de perigo da seleção.

Aos 20 minutos, Gabriel Jesus, joia de apenas 19 anos do Santos, tabelou com o xará Gabriel, o 'Gabigol', também 19 anos, dividiu com o zagueiro, girou e chutou no alto para fora, assustando o goleiro japonês.

O lance foi um divisor de águas na partida. Mais confiantes, os brasileiros encadearam jogadas de efeito e finalizações, com Neymar chutando colocado aos 22 e, aos 28, cruzando na medida para Rafinha cabecear da marca do pênalti com muito perigo, até a abertura do placar.

Aos 30, Gabigol recebeu de Rafinha, disparou em direção à área, deixou dois marcadores na saudade e chutou colocado. A bola desviou no zagueiro japonês Ueda e enganou o goleiro Nakamura. 1 a 0 Brasil.

O gol foi o sétimo do atacante do Santos na preparação para os Jogos Olímpicos da seleção, da qual é o artilheiro.

Aos 40, Marquinhos ampliou, subindo mais alto que a zaga japonesa para cabecear uma cobrança de escanteio de Neymar.

Ao som do apito do fim do primeiro tempo, aconteceu algo que há muito não se via em jogo da seleção em território nacional: aplausos da torcida, satisfeita com o toque de bola e qualidade técnica da jovem equipe brasileira.

- Mudanças e testes -Para o segundo tempo, Micale optou por fazer duas mudanças na equipe, no intuito de testar novas peças.

Renato Augusto, que só não começou como titular por ter se apresentado com atraso vindo da China, o que acabou prejudicando seu entrosamento com a equipe, assumiu a posição de Felipe Anderson, jovem meia da Lazio, enquanto Luan, destaque do Grêmio, entrou no lugar de Rafinha, colega de Neymar no Barcelona.

Se o objetivo de Micale era ver uma equipe mais madura e paciente com a bola no pé, a meta foi alcançada. Renato Augusto se tornou dono do meio de campo da seleção, distribuindo o jogo com clareza de um lado para o outro.

As finalizações, porém, foram ficando mais raras, com um chute de Gabigol aos 5 minutos como lance de maior perigo no início da segunda etapa.

Neymar, porém, um pouco mais recuado, acabou participando muito menos do jogo, o que claramente afetou o rendimento ofensivo da seleção, comprometido também pelo excesso de substituições: seis no total.

O craque do Barcelona só voltou a aparecer com perigo nos acréscimos do jogo, quando, enfiado como centro-avante dentro da área japonesa, girou como pivô sobre a marcação japonesa e chutou rasteiro, mas teve a finalização travada pelo marcador.

Após primeiro tempo animador, o segundo tempo acabou servindo mais de teste para Micale, que pode se dar por satisfeito por ter encontrado um formação que, se não ganhar o ouro, pelo menos conseguiu outro feito raro: agradar a exigente torcida brasileira.

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