Football Leaks denuncia sonegação fiscal de Pastore e Di María
Paris, 8 dez 2016 (AFP) - Parte da renda dos meias argentinos Angel Di María e Javier Pastore é enviada a paraísos fiscais, por meio de um esquema estabelecido por um grupo de agentes de jogadores do país, revela nesta sexta-feira o site francês Mediapart, com base na investigação "Football Leaks".
A remuneração dos dois jogadores do Paris Saint-Germain ligada a direitos de imagem é depositada na conta de empresas de fachada na Holanda, que transfere depois o dinheiro a outras empresas, baseadas em paraísos fiscais.
No caso de Di María, Mediapart cita o exemplo de um contrato de patrocínio de 150 mil euros com a empresa TSA, que vende energéticos no Panamá. O jogador teria exigido que a verba fosse depositada na conta da empresa Sunpex, registrada no Panamá, sem a citação de seu nome.
O fundo de investimentos Doyen Sports, que cuida da carreira de ambos os atletas e intermediou esse caso, escreveu em um email à TSA: "Di María não quer que seu nome apareça por motivos fiscais".
Quando Di María foi contratado ao Manchester United junto ao Real Madrid, em 2014, o clube inglês depositou dois milhões de euros na conta da empresa Kunse, registrada na Holanda, que transferiu 1,85 mi à Paros Limited, das Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal caribenho.
O mesmo processo ocorreu um ano depois, na transferência do jogador do United ao PSG. "A diferença é que, desta vez, a Gestifute (empresa de Jorge Mendes, agente de astros como Cristiano Ronaldo e José Mourinho, também alvos de denúncias do Football Leaks) pagou 50% da comissão paga pelo PSG à Kunse", explica Mediapart.
Solicitado pelo EIC, consórcio de 12 veículos de mídia europeus que investiga o caso, o PSG respondeu que "o clube remunerou, no lugar do jogador, a empresa Gestifute, representada por Jorge Mendes, mas não tem conhecimento da divisão dessa remuneração entre a Gestifute e outros agentes envolvidos na transferência".
Pastore, por sua vez, concedeu a gestão dos seus direitos de imagem à empresa holandesa Orel em 2010, um ano antes de ser contratado pelo clube parisiense.
Orel transferiu 94% da verba obtida com patrocínios à Klizery SA, empresa registrada no Uruguai, que também oferece condições fiscais vantajosas.
Entre 2013 e 2015, 1,915 milhão de euros foram enviadas da Oreal à Klizery, referentes a um contrato de patrocínio de cinco anos com a marca de material esportivo Nike (2010-2015).
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