Campeã olímpica pede prisão perpétua a médico por abuso sexual
Los Angeles, 6 dez 2017 (AFP) - A ginasta McKayla Maroney, campeã olímpica em Londres-2012, disse nesta quarta-feira que o ex-médico da comissão técnica dos Estados Unidos, Lawrence Nassar, acusado de abuso sexual de 140 adolescentes, merece prisão perpétua.
"Abusou da minha autoestima, do meu corpo e deixou cicatrizes na minha mente que nunca vão curar", escreveu Maroney em carta ao tribunal de Michigan, que nesta quinta-feira vai dar o veredito em um dos casos Nassar.
"Larry Nassar merece passar o resto de sua vida na cadeia", disse Maroney, uma das ginastas que denunciou as ações do médico. Nassar ficou 20 anos no cargo e participou de quatro Olimpíadas.
A mãe de McKayla Maroney também enviou carta ao tribunal, criticando com veemência a Federação Estado-unidense de Ginástica, envolvida na polêmica e acusada de fazer vista grossa aos assédios. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) também foi alvo de suas palavras.
"Nossa filha foi abandonada pela Federação Estado-unidense, a Universidade de Michigan e o Comitê Olímpico. Ninguém da USOC nunca entrou em contato comigo, com minha filha e meu marido para saber como estava ou para pedir desculpas", lamentou a mãe.
Também revisou o impacto do caso em sua filha, que revelou que Nassar a abusou aos 13 anos de idade e na Vila Olímpica dos Jogos de Londres 2012. McKayla Maroney conquistou o ouro por equipes na capital britânica.
"Se transformou, foi uma atleta de alto nível, alegre e positiva. Tornou-se uma jovem adulta deprimida, às vezes com pensamentos suicidas", indicou a mãe.
Em novembro, Nassar foi acusado de agressão sexual 22 vezes. Em sete delas, o ex-médico se declarou culpado.
Também assumiu culpa em um tribunal federal, respondendo às acusações de delitos por pornografia infantil, que o estão sentenciando a 60 anos de prisão.
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