Topo

Parentes de vítimas do voo da Chape deixam Bolívia sem demandas atendidas

Heuler Andrey/Getty Images
Imagem: Heuler Andrey/Getty Images

em La Paz (Bolívia)

15/10/2018 19h32

Familiares das vítimas da tragédia da Chapecoense, que ocorreu em 2016 com uma aeronave da LaMia, deixaram a Bolívia sem respostas sobre o pagamento de uma indenização que até agora não foi feito.

"Encontramos resistência da seguradora, que não nos deu as respostas que viemos buscar", afirmou Fabianne Belle, viúva de Cesinha, um dos preparadores físicos da equipe catarinense. Ela encabeça uma fundação de vítimas e familiares ao lado de Mara Paiva, viúva do comentarista Mário Sérgio.

O grupo de familiares chegou há uma semana a Santa Cruz, a 900 km a leste de La Paz, para buscar uma indenização. No entanto, estas pessoas alegam que a empresa de seguros Bisa não deu nenhuma resposta, salvo a existência de um fundo solidário que não cumpre a expectativa.

A empresa não ofereceu nenhum comentário sobre o assunto.

"O que está acontecendo aqui é uma falta de resposta por parte da seguradora Bisa", disse à televisão Gigavisión o advogado Rómulo Peredo, que lamentou que os diretores da seguradora "não quiseram dar as caras".

O advogado brasileiro Josmeyr Oliveira adiantou que os familiares vão decidir no Brasil quais medidas tomarão. Na semana passada, ao chegar à Bolívia, Oliveira afirmou que não receberam "nem um centavo".

O acidente está prestes a completar dois anos. O avião da LaMia partiu de Santa Cruz com jogadores da Chapecoense após serem transferidos de um voo comercial procedente do Brasil.

Uma investigação de autoridades colombianas concluiu que a aeronave caiu pouco antes de chegar ao aeroporto colombiano José María Córdova, na noite de 28 de setembro de 2016, por falta de combustível.

Setenta e uma pessoas perderam a vida, incluindo 19 jogadores, 14 membros da comissão técnica e nove dirigentes do clube catarinense. Apenas seis ocupantes sobreviveram ao acidente: uma aeromoça, um técnico de aviação, um jornalista e três jogadores.

Autoridades bolivianas atribuíram a responsabilidade a funcionários aeroportuários e de aviação civil e da própria empresa; a justificativa é de que teriam cometido graves falhas técnicas para a realização do voo.