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Dominick Cruz dá show no UFC e desempata trilogia com arquirrival Faber

Cruz manteve o cinturão dos galos no UFC - Hans Gutknecht/Los Angeles Daily News via AP
Cruz manteve o cinturão dos galos no UFC Imagem: Hans Gutknecht/Los Angeles Daily News via AP

04/06/2016 22h20

Campeão peso-galo (61 kg) do UFC, Dominick Cruz entrou no octógono neste sábado (4) com a missão de não apenas defender seu posto, mas também com o objetivo de calar de uma vez por todas Urijah Faber, rival com quem trava intensa rivalidade desde 2007. E, em nova atuação de gala, o americano fez tudo o que havia prometido durante as semanas de promoção parra o combate.

Com o placar empatado em 1 a 1, a trilogia contra o único atleta que foi capaz de vencê-lo em toda sua carreira como profissional esteve bem longe do equilíbrio apresentado nos primeiros encontros. Melhor desde o início, Cruz abusou do jogo de pernas superior para manter a distância, usar com maestria sua envergadura superior e, aos poucos, minar o adversário para garantir vitória por decisão unânime dos jurados.

A luta

O combate começou de modo frenético. Buscando surpreender o oponente, Cruz levou a luta para o chão em duas oportunidades no assalto inicial, o que significaria trocar força isométrica com o, em tese, melhor lutador de jiu-jitsu e deixar de lado toda a vantagem de movimentação em pé aliada na envergadura descomunal para a categoria.

Mas tudo pareceu não passar de estratégia para que, com o ritmo inicial elevado, Faber reduzisse as ações a partir do segundo round, o que marcou o começo do atropelo a favor do campeão. Com jabs precisos, chutes baixos fortes na perna de base do desafiante, Cruz abriu caminho para um belo knockdown, que o colocou em situação de vantagem que não escapou a partir de então.

No terceiro assalto, o campeão fez valer de toda a vantagem física para frustrar as tentativas do oponente e liderar as ações tanto em volume de golpes como em contundência, cenário milimetricamente planejado que, pouco a pouco, fez de seu arquirrival uma presa fácil no octógono.

No quarto round, Crus bailou mais do que precisou, talvez como parte mental de seu jogo ao mostrar que estaria mais preparado fisicamente do que o adversário. O que pareceu surtir efeito, já que o acuado desafiante, ciente da desvantagem, tentou atacar de forma mais enfática, e portanto displicente, e acabou levando nova sequência precisa de socos e chutes que o levaram ao solo. Porém, sem dar cabo do embate.

Na etapa final, o volume de golpes baseado na angulação sempre modulável provou que Cruz merece, de longe, ser o dono do cinturão dos pesos-galos (61 kg). Implacável, o campeão andou para trás e garantiu vantagem ainda mais ampla do que nos rounds anteriores e que foi selada com duas quedas precisas que terminaram por assinar seu domínio em todas as áreas possíveis.

Veterano incansável

Aos 45 anos, Dan Henderson aprontou de novo. Enquanto seu reflexo, poder de absorção de golpes e velocidade diminuem, sua disposição para encarar desafios segue em alta. E pior para o cubano Hector Lombard, que apesar de imprimir um ritmo alucinante no início do confronto não segurou o ímpeto do rival por muito tempo.

Se na etapa inicial o americano levou dois knockdowns e por pouco não anotou mais uma derrota na fase final de sua carreira, no assalto seguinte um mais cansado Lombard não se movimentou tanto e, como a história ensina, ficar parado na frente de Dan Henderson é arriscado.

Com um chute alto, o ex-campeão do Pride e Strikeforce abriu caminho para que, na sequência, uma cotovelada certeira na têmpora do oponente o levasse ao solo, semi apagado. Sem perder tempo, mais duas cotoveladas deram números finais ao duelo, que levantou a plateia em Los Angeles.

“Hey Pessoal, eu não sei o que vai acontecer com a minha carreira a partir de agora, vamos como tudo será daqui para frente, mas quero agradecer o suporte de vocês”, narrou o atleta, que fez sua última luta contratual com a organização presidida por Dana White.

Abre o olho Zé Aldo 

Com a confirmação por parte do UFC de que Conor McGregor e Nate Diaz medem forças no dia 20 de agosto, em Las Vegas (EUA), tudo leva a crer que o embate entre José Aldo e Frankie Edgar, agendado para o dia 9 de julho, seja promovido de duelo por cinturão interino para uma disputa oficial pelo posto linear da categoria. E, caso isso se confirme, um nome em especial brilha como possível próximo desafiante.

Em sua nona vitória seguida no evento, Max Holloway não tomou conhecimento de Ricardo Lamas e, trocando golpes de forma franca e alternando movimentação de pernas, esquivas e ângulos em suas sequências, mandou um recado direto em busca de sua chance de lutar pelo título.

Disposto a colocar a vitória por decisão unânime em risco, o havaiano de apenas 24 anos partiu para cima e, mesmo se expondo, provou que resiste a golpes e tem queixo de campeão. Parece que depois dessa, nada mais impedirá Holloway de disputar o título dos penas (66 kg).

“Quero saber se vocês querem me ver disputando esse cinturão”, bradou no microfone sendo rapidamente aplaudido de pé pela plateia que lotava o ginásio.

Confira os resultados do UFC 199:

Michael Bisping nocauteou Luke Rockhold no 1º round;
Dominick Cruz venceu Urijah Faber por decisão unânime;
Max Holloway venceu Ricardo Lamas por decisão unânime;
Dan Henderson nocauteou Hector Lombard no 2º round;
Dustin Poirier nocauteou Bobby Green no 1º round;
Brian Ortega nocauteou Clay Guida no 3º assalto;
Beneil Dariush nocauteou James Vick no 1º assalto;
Jéssica 'Bate Estaca' nocauteou Jessica Penne no 2º round;
Alex Caceres venceu Cole Miller por decisão unânime;
Sean Strickland venceu Tom Breese por decisão dividida;
Luis 'Frankenstein' nocauteou Jonathan Wilson no 2º round;
A luta entre Kevin Casey e Elvis Mutapcic terminou empatada;
Marco Polo Reyes nocauteou Dong Hyun Kim no 3º round.