Topo

Werdum pede por cinturão, mas aceita luta com Lesnar pelo lado financeiro

Reprodução
Imagem: Reprodução

15/07/2016 15h06

Fabricio Werdum foi derrotado por Stipe Miocic em sua última luta, em maio, e ao deixar o octógono sem cinturão do UFC deu início à sua nova caminhada rumo ao topo dos pesos-pesados. Se a revanche imediatada não agradou aos promotores do show, ao menos o gaúcho lutará no próximo mês de setembro no mesmo card em que o agora campeão fará sua primeira defesa, em claro recado de “marcação” ao posto de melhor do mundo. Mas, caso a chance não venha mesmo com um triunfo contra Ben Rothwell, o brasileiro já tem um plano B.

A ideia é simples. Enquanto a prioridade é vencer o americano e se credenciar para lutar pelo título, Werdum estaria aberto para outro desafio caso o cinturão não estivesse a seu alcance a curto prazo. E basicamente tudo giraria em torno da visibilidade e do retorno financeiro que um duelo contra Brock Lesnar, ex-campeão do UFC e astro da WWE, poderia gerar em sua carreira profissional.

“O Lesnar voltou, não foi uma luta espetacular, mas ele é muito forte e estava fisicamente muito bem. Pensava que o Hunt venceria a partir do segundo round, mas aconteceu o contrário. Ele mostrou que ele ainda não está com um muay thai apurado, ainda fica assustado em pé, que é uma coisa que ele tem. No futuro, financeiramente falando, lutaria com ele. Não tem que esconder isso. Financeiramente seria uma luta boa para mim. Mas não agora, quero lutar com o Ben Rothwell e esperar o UFC para ver se luto pelo cinturão. Se não acontecer, aceitaria amarradão uma luta com o Brock Lesnar”, revelou em conversa com a reportagem da Ag. Fight.

E se dentro do octógono o peso-pesado já tem um plano B, fora dele as oportunidades são maiores ainda. Parte do elenco do remake do filme ‘Kickboxer’, Werdum, que gravou cenas com Mike Tyson em Las Vegas (EUA) no mês passado, agora está na Tailândia para uma nova série de filmagens para o longa. E para não perder a forma, mesmo que por apenas uma semana, o treinador Rafael Cordeiro foi escalado para o acompanhar em todos os momentos.

“Eu vou até treinar com o pessoal da Tailândia, trouxe o mestre para não parar. Vim pegar a energia daqui. Corremos de manhã cedo, fazemos manopla… Não tem nada a ver com a derrota, eu vim fazer um filme, é o terceiro meu já. As pessoas pensam que treinamos 24h , mas temos uma vida norma”, contou.

Aos 38 anos e dono de um cartel com 20 vitórias e apenas seis derrotas, além de um empate, Werdum não sentia o gosto da derrota desde 2011, quando ainda não havia retornado ao elenco do UFC. Desde então, eram seis vitórias seguidas, incluindo finalizações e nocautes que o colocavam na lista dos lutadores mais versáteis do MMA mundial. No entanto, ao mesmo tempo em que colecionava sucessos, o longo período sem competir entre uma apresentação e outra se tornou comum, o que pode, inclusive, ter pesado na hora de se apresentar no Brasil, para um estádio de futebol com mais de 40 mil pessoas.

“A derrota é sempre horrível, é o extremo da tristeza. Treinamos muito, mas quando pega no queixo não tem como. Aconteceu e não tem reação, não tem o que fazer. Se for um knockdown dá tempo de voltar e se recuperar. Foi uma surpresa, era uma festa que o UFC Brasil preparou. Tirando a minha luta, tudo foi legal de ver. Fiquei triste com a minoria que criticou, que associou a ‘happy face’ com a derrota. Tem que ser muito ignorante para falar que perdi a luta por fazer a ‘happy face’. Eu estava bem, um pouco avoado e ansioso de repente, fazia um ano sem lutar. Tinha que esperar um pouco mais. Ele que queria tirar o cinturão. Fui como se eu tivesse que tirar o cinturão dele. Tinha que ter esperado mais. Se fosse fazer a revanche, eu teria mais paciência”, finalizou.