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Werdum critica política antidoping do UFC: "Mais rigorosa que a Olimpíada"

15/08/2016 13h03

Fabrício Werdum enfrentará Travis Browne no UFC 203 - Diego Ribas

Fabrício Werdum enfrentará Travis Browne no UFC 203 – Diego Ribas

O processo de limpeza do UFC está a todo vapor. Nos últimos meses, diversos atletas de peso foram flagrados em exames antidoping – como BJ Penn, Lyoto Machida, Yoel Romero, Frank Mir, Chad Mendes, Brock Lesnar e Jon Jones – e o trabalho da USADA (agência norte-americana de controle antidopagem) foi elogiado pelo público em geral. No entanto, tem gente que acha que a entidade está exagerando. Na opinião do brasileiro Fabrício Werdum, ex-campeão dos pesos-pesados do Ultimate, é necessário haver um controle das substâncias ingeridas pelos lutadores, mas, da forma que está atualmente, os atletas estão sendo prejudicados.

Sem papas na língua, Werdum criticou o sistema atual de doping em conversa com a reportagem da Ag Fight. De acordo com o brasileiro, existem atletas que precisam de TRT (Tratamento de Reposição de Testosterona) para se recuperar dos agressivos cortes de peso e que bastaria estabelecer um limite igual para todos na quantidade permitida para reposição.

“Sobre o doping acho que está demais. É a minha opinião. Eu sou um veterano, não preciso ficar escondendo. Faz tempo que quero falar mesmo. Penso muito nesse lance de doping. Acho que deveria voltar o TRT para as pessoas que necessitam. Ou melhor, deveria ser direitos iguais. O doping está muito rigoroso. Reposição de hormônio, seja com testosterona ou com GH, tendo um limite para todo mundo, tudo bem. Está demais. Mais rigoroso do que as Olimpíadas até. Isso é um absurdo”, declarou.

Apesar das críticas, Werdum ressaltou que não é a favor do doping, mas sim de um controle menos rigoroso dos lutadores. Segundo o brasileiro, até substâncias naturais e que não são nocivas aos atletas estão na lista de proibições da USADA.

“Tem substâncias que o atleta podia tomar e que não é para tanto. Tem coisas naturais que não podemos tomar. O desgaste é muito grande e poderíamos tomar algo para poder repor as energias para poder lutar. Não sou contra o doping total, mas tinha que ficar no meio. Não tão rígido. Está demais. Todos pensam igual. Acho que os caras estão fazendo um pouco de escândalo. Não pode nem tomar vitamina c, magnésio ou algo assim depois da pesagem. Coisas que são apenas para repor a energia. Eu não tenho problemas com corte de peso, mas vejo os meus companheiros. Não se pode tomar o soro e isso é demais. Acho que estão viajando”, afirmou.

Ex-campeão peso-pesado do Ultimate, Fabrício Werdum perdeu o cinturão ao ser nocauteado por Stipe Miocic em maio passado e, agora, está escalado para enfrentar Travis Browne no UFC 203, evento marcado para o próximo dia 10 de setembro em Cleveland (EUA). Aos 39 anos de idade, o brasileiro coleciona na carreira um cartel com 20 vitórias, seis derrotas e um empate.