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De casa nova, Charles 'Do Bronx' promete 2017 sem falhas no jiu-jitsu

08/12/2016 09h00

Charles conquistou sua quarta vitória consecutiva - Inovafoto

Charles ‘Do Bronx’ perdeu as duas lutas que fez no UFC em 2016 – Inovafoto

Charles ‘Do Bronx’ começou 2016 com grandes expectativas. Embalado por cinco vitórias nas suas seis últimas lutas até então, o peso-pena (66 kg) que sonhava alto acabou esbarrando em todos os possíveis contratempos na temporada. Desde troca de academia, lesão, falha na balança até derrotas amargas. Especialista em jiu-jitsu, o brasileiro foi obrigado a dar os três tapinhas nas duas lutas que disputou neste ano, o que parece tê-lo motivado ainda mais a virar a página em sua carreira.

Disposto a viajar todos os dias da semana do Guarujá, município da região litorânea, até à cidade de São Paulo, Bronx agora faz parte oficialmente da Chute Boxe SP, time liderado por Diego Lima e com o qual ele constantemente fazia intercâmbios e aulas de muay thai. A ideia agora é fazer com que os treinos diários com atletas como Thomas Almeida, Felipe ‘Sertanejo’ e Lucas ‘Mineiro’ elevem seu jogo a outro patamar.

“Mudei de academia. Saí da ‘Bronx Gold Team’ para procurar algo melhor para mim, para poder crescer”, afirmou em conversa com a reportagem da Ag. Fight. “Agora estou fazendo parte da Chute Boxe Diego Lima. Tenho ótimos treinos lá, mas agora vou pegar luta com mais tempo para treinar e ficar pronto para qqualquer um. Não penso em me mudar para São Paulo, estou treinando na Chute Boxe e na Barbosa Jiu-Jitsu todos os dias. Fizemos essa fusão Macaco Gold Team, Chute Boxe e Barbosa com a ideia de ir para às cabeças”.

Finalizado tanto por Anthony Pettis como por Ricardo Lamas, Bronx dará atenção especial às defesas no chão e aos vacilos que lhe custaram as posições de vantagem alcançadas, como pegadas pelas costas e montadas. Os descuidos, apontados pelo atleta como bobos, lhe garantiram distância do topo e degraus a menos em sua caminhada rumo ao título. Embora não pareça ter abalado sua confiança.

“Infelizmente, perdi onde sou melhor, no jiu-jitsu. Foram duas finalizações parecidas. Mas acho que isso é o UFC, o melhor evento do mundo. Todos estudam todo mundo. Foram duas quedas que eu entrei e acabei entrando errado. Sou o sétimo do mundo ainda. Tem muita coisa para acontecer. Sou novo, tive duas derrotas bobas, mas contra caras de grandes nomes. Todo mundo sabe do meu potencial, mas foram dois detalhes bobos onde eu errei e eles aproveitaram a situação”, analisou.

Com a mudança de equipe e estrutura, outro ponto negativo pode ficar para trás na carreira de Charles. Antes de encarar Lamas, o brasileiro não bateu o limite correto da divisão dos penas pela quarta vez no UFC. Desta vez, no entanto, os impensáveis 4 kg a mais tornaram a altitude e o fato da luta ter sido casada apenas com três semanas de antecedência quase que irrelevantes.

“Todo mundo sabe que algumas vezes eu não bati o peso”, relembrou. “Mas sempre por 100 gramas ou 200 gramas. Dessa vez foi muito, 4 kg. Mas era no México, com altitude, peguei a luta com 18 dias… Eu estava muito pesado, mas fiz meu máximo. Chegando lá, em vez do meu peso começar a descer, ele começou a subir. O UFC acompanhou e viu minha dedicação para tentar perder o peso. A gente marcou um peso para a luta e eu fiquei sem comer nada e mesmo assim subi 100 gramas. E eles me fizeram perder”.

Com os revezes, o brasileiro assistiu Pettis ser escalado para disputar o cinturão interino dos penas contra Max Holloway, outro dos atletas que venceu Charles em uma de suas inconstantes apresentações no cage. A confirmação deste duelo deixa claro o quão perto do topo ele estava.

“Acho que se eu tivesse vencido qualquer um dos dois, eu estaria nas cabeças. Mas a luta contra o Holloway nem existiu, ele não me deu chute ou soco, nada. Entrei nas pernas bati a cabela na grade e perdi os movimentos. Com o Pettis foi detalhe, e ele acabou de entrar na categoria. Não merecia lutar pelo título. Para mim tanto faz. Eu estou vivo, não mudou em nada. Quero lutar e sair na porrada”, finalizou