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Gabi Garcia ignora polêmica sobre luta contra rival de 52 anos

Divulgação/Rizin
Imagem: Divulgação/Rizin

08/12/2016 06h00

Multicampeã de jiu-jitsu e dona de estrutura física pouco convencional para o mundo das lutas entre mulheres, Gabi Garcia despertou o interesse para um novo mercado no MMA desde que migrou dos tatames para os ringues japoneses. E é justamente o seu porte físico – 1,87 m e 95 kg – que gerou polêmica assim que sua próxima luta foi confirmada. Afinal, a japonesa Shinobu Kandori, de 52 anos, ostenta 1,70 m e 75 kg, diferença que rapidamente se tornou o assunto mais comentado da vida da atleta brasileira.

Mesmo assim, a atleta não parece se importar com as críticas e demonstra estar confiante sobre a decisão que tomou. Justamente porquê tais combates entre atletas de portes físicos diferentes são comuns no MMA japonês e apenas perderam popularidade com o final do Pride e com o crescimento do esporte nos EUA, país que faz controle mais rígido das categorias de peso. Mas para Gabi isso parece não ser um problema, tanto que em entrevista exclusiva à Ag Fight a lutadora assumiu que ela tem pouco a ganhar e muito a perder, mas que assume o risco do desafio.

“A vida é arriscar, esse é o lado da coisa onde as pessoas vão polemizar: ‘Mas e se você perder?'”, ponderou. “Quem está com o peso nas costas sou eu, quem aceitou o desafio fui eu. Como vai ficar a vida da Gabi? Quem que está com o peso nas costas? Eu. Quem aceitou o desafio? Eu. Quem está colocando a cara no ringue? Eu. Quem pode sair perdendo? Eu. Eu não tenho medo da derrota, não tenho medo de ser julgada, a vida inteira fui julgada pelas pessoas no jiu-jitsu. O que as pessoas pensam de mim é problema delas, está na hora de eu me preocupar comigo, construir meu patrimônio. Se eu vencer é obrigação? É, assim como em todas as outras (lutas), é meu trabalho, eu tenho que chegar lá e fazer o meu melhor”.

Com o quarto duelo de sua curta carreira no MMA previsto para o final de dezembro, Gabi segue invicta e com mais lutas previstas em seu contrato com a organização – ela não revela o número. Para os próximos desafios, a única certeza que a brasileira garante é que, por estilo do próprio Rizin, evento em que trabalha, ela não pode negar desafios e por vezes pode conhecer sua rival apenas dias antes do confronto.

“Quando Sakakibara conversou comigo sobre essa luta, eu estava em um hotel lá no Japão, e ela estava em um quarto do lado. Eu fui para o Japão sem saber que lutaria com ela. Eu falei que não, que as pessoas iriam falar, e ele me disse: ‘Gabi, ela já lutou aqui, já lutou com homem. Ela pediu para lutar, ela é famosa aqui, quer defender o Japão’. Então eu falei ‘ok’, tenho um contrato com eles, não posso negar luta, meu contrato com eles é de anos, e eu não posso dizer não”, garantiu.

Apesar da questão contratual, é impossível negar que a diferença de idade e peso gera desconforto para o público acostumado com o MMA moderno, esporte alinhado com categorias de peso, rounds e limite de tempo. Esse cenário, porém, representa apenas um lado da história e Gabi, como lutadora profissional, faz questão de levantar o seu ponto de vista no que diz respeito ao empenho e dedicação.

“Ganhar e perder faz parte, e se perder a gente volta e segue, mas não é isso que me move, o que me move é acordar de manhã para fazer meu cardio de jejum para bater meu peso e estar orgulhosa de mim por causa disso. Estou com dois dedos quebrados, com uma lesão na coluna, joelho machucado… Então a última coisa que eu penso é resultado, resultado é consequência de tudo isso, meu trabalho”, afirmou.

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