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Sonnen explica como Wanderlei Silva fará testes antidoping para luta

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Imagem: Reprodução

29/03/2017 06h00

 

Famoso por seu jeito irreverente e pelas intensas provocações contra seus adversários antes das lutas, Chael Sonnen está em Nova York (EUA) para a divulgação do Bellator 180, evento agendado para o dia 24 de junho no ginásio Madison Square Garden e que será liderado pelo seu confronto contra Wanderlei Silva. O pontapé inicial foi dado na coletiva de imprensa do show na última terça-feira (28), que por sinal não contou com a presença do brasileiro, que compareceu apenas via videoconferência. Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, o americano minimizou a ausência do ‘Cachorro Louco’ e aproveitou para garantir que o ex-campeão do Pride não poderá se esconder dos exames antidoping.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight logo após a coletiva de imprensa, Chael Sonnen aproveitou para explicar porque Wanderlei, mesmo no Brasil, não poderá driblar os testes. Ao contrário do que acontece no UFC, as comissões atléticas regionais dos Estados Unidos são as responsáveis por realizar os exames nos atletas que competem no Bellator, o que, pelo menos a princípio, deixaria o brasileiro incapacitado de ser avaliado – já que ele mora e treina em outro país. No entanto, o americano garantiu que, caso a comissão de Nova York solicite algum exame para o brasileiro, ele terá apenas 24 horas para ceder o material pedido, e que isso independe de sua localização.

“Existem 50 jurisdições nesse país, e toda vez que se fizer essa pergunta, você irá congelar e se perguntar: ‘Onde estou hoje?’. Se estou em Nova York, então é Nova York, então Kim Sumbler  cuidará disso.  Se Andy Foster me ligar da Califórnia eu terei 24 horas para me reportar para o teste. Se eu não atender a ligação, meu relógio já começa a contar, se ele me mandar uma mensagem de texto, meu relógio começa a contar, e se ele me mandar um e-mail, meu relógio começa a contar. Se não checá-los, meu relógio começa e se você não realizar isso será um atleta que falhou. Não sou fã do Wanderlei, sei que ele não se esquivou de nenhum teste, mas se o escritório de Kim Sumbler ligar e dizer que ele tem 24 horas, ele terá 24 horas, independentemente de quem seja”, enfatizou.

“As regras mudaram recentemente, eu já estive dos dois lados e vão haver testes, não é verdade que os testes deixarão de acontecer. O mundo não é um lugar tão grande para se esconder da testosterona. O jeito que as coisas acontecem e muita gente não vê isso, já vi Cocker ser perguntado sobre isso, já vi Dana White ser perguntado sobre isso, eles colocam outros promotores e os promotores tropeçam por respostas. Mas a realidade é que isso está fora de suas alçadas, de suas funções, a comissão supervisiona isso. Não é problema deles saberem as respostas”, afirmou enquanto retirava a responsabilidade dos cartolas.

Após analisar o funcionamento dos exames antidoping e a situação de Wanderlei Silva em particular, Chael Sonnen também não deixou de opinar sobre o possível combate de boxe entre Conor McGregor, campeão peso-leve (70 kg) do UFC, e Floyd Mayweather, considerado o maior pugilista do século XXI. Polêmico como sempre, o atleta do Bellator indicou que toda responsabilidade está do lado do americano e garantiu que se o lutador da nobre arte não vencer o irlandês em 30 segundos toda comunidade do esporte estará em risco.

“Eu amo McGregor contra Mayweather. Não acho que seja uma disputa entre boxe e MMA, é o boxe contra toda sua reputação. Se o Conor fizer isso por mais de 30 segundos, se ele passar do primeiro round o boxe estará arruinado. Um cara que nunca perdeu como profissional no boxe contra um cara que nunca competiu no boxe profissional. Eu venho do wrestling e o melhor cara que nós temos atualmente é um cara chamado David Taylor, e se você colocar alguém que nunca fez wrestling antes e colocá-lo contra ele isso não durará 30 segundos, com certeza não, talvez 12 segundos, estou exagerando ao dizer 30. Apenas para chegar ao meu ponto, você está me dizendo que pessoas do boxe estão dando ao McGregor uma chance. Isso não é um golpe no Conor e sim no Floyd. É uma situação embaraçosa para toda a comunidade do boxe. O boxe está sob maus bocados e assim deve ser, o esporte é uma m****, seus líderes são uma m**** e é chato”, afirmou sem meias palavras.

Aos 39 anos, Chael Sonnen vem de duas derrotas seguidas e terá a chance de reencontrar o caminho das vitórias contra Wanderlei Silva no maior evento da história do Bellator. Completando o card estão nomes como Emelianenko Fedor e Douglas Lima, campeão meio-médio (77 kg) na organização.