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Brasileira diz que reação a assalto contribuiu para conseguir luta no UFC

Fábio Oberlaender, no Rio de Janeiro (RJ)

Ag. Fight

28/02/2019 08h00

Polyana Viana estava sem atuar no UFC desde agosto de 2018, quando foi superada por J.J. Aldrich. Deste modo, ela buscava retornar ao octógono o mais rápido possível, mas não obtinha o sinal positivo do Ultimate. No entanto, no início desse ano, ela reagiu a um assalto em que dominou o ladrão, e o caso ganhou repercussão no mundo inteiro. E, segundo ela, isso a ajudou a ser escalada no evento do próximo sábado (2), em Las Vegas (EUA), onde enfrentará Hannah Cifers.

Em entrevista exclusiva à Ag. Fight, Polyana explicou que o convite do UFC veio logo depois de ela ter atacado o homem que tentou roubar o seu celular, no dia 5 de janeiro. Na ocasião, a atleta foi abordada por um assaltante quando estava na porta do condomínio em que mora no Rio de Janeiro. Após deduzir que a arma do homem era falsa, ela tomou a decisão de golpeá-lo e imobilizá-lo com um mata-leão até que a polícia chegasse. E o feito, além de safar a lutadora do roubo, ainda lhe rendeu um duelo no mesmo show em que Jon Jones defenderá o cinturão dos meio-pesados (93 kg).

"Já tinha um tempo que eu estava pedindo luta e ainda não tinha conseguido. (...) Esse card já estava fechado, e eles colocaram mais uma luta, que foi a minha. (...) E foi depois da situação do ladrão. Uma semana depois, eu acho", destacou a peso palha (52 kg).

Apesar do alívio inicial, na ocasião, a lutadora viveu momentos de tensão ao se deparar com a notícia de que um promotor de Justiça teria pedido a sua prisão pela prática dos crimes de lesão corporal e "excesso de legítima defesa". Ainda que inventado, o texto viralizou nas redes sociais, com milhares de compartilhamentos no Facebook. Em conversa com a reportagem da Ag Fight, Polyana detalhou o infortúnio e criticou os adeptos das 'fake news'.

"Eu já tinha noção de como as 'fake news' eram prejudiciais. Nunca gostei disso. Mas isso também nunca tinha acontecido comigo. E, quando aconteceu, fiquei apavorada. Não sabia se era verdade, se era mentira... E se espalhou muito rápido. Na verdade, espalhou bem mais rápido do que a notícia de eu ter batido no ladrão. E eu fiquei preocupada. Mandei mensagem para o meu empresário, ele pesquisou o nome do promotor e viu que não existia. Aí entrei em contato com a delegacia, eles procuraram tudo e disseram que aquele mandado também não existia", explicou.

"Era tudo mentira, mas só tive certeza mesmo depois que não chegou nada na minha casa, nenhum papel nem nada. Eu não gosto de 'fake news' porque acaba deixando a pessoa mal. Até que saia a verdade... Existem vários amigos que sofreram isso de 'fake news'. Parece que as pessoas não têm o que fazer para ficar inventando. Tem gente que não tem o que fazer para ficar inventando mentira para ganhar mídia, seguidores, não sei", completou.

Aos 26 anos, Polyana estreou no UFC em fevereiro de 2018, com vitória sobre Maia Kahaunaele-Stevenson. Apesar do bom começo, a paraense não conseguiu repetir o bom retrospecto e sucumbiu no confronto que realizou seis meses depois. E agora, contra Hannah Cifers, que foi derrotada na estreia pelo Ultimate, a brasileira terá a oportunidade de alcançar a 11ª vitória em seu cartel profissional no MMA, que também conta com dois reveses.

"Nós duas estamos vindo de derrota, então as duas estão com vontade de reencontrar a vitória. Acho que as duas estão bem treinadas, e ela também deve ter me estudado. Mas eu acho que a minha vontade de vencer está maior. (...) Em uma entrevista, ela (Cifers) disse que vai me finalizar no segundo round. Então vamos ver se ela realmente vai querer trocar chão comigo", concluiu.