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Caso Pistorius: testemunhas ouviram "gritos de briga" antes de tiros

Oscar Pistorius pouco levantou a cabeça durante a segunda audiência que julga seu pedido de fiança -  REUTERS/Siphiwe Sibeko
Oscar Pistorius pouco levantou a cabeça durante a segunda audiência que julga seu pedido de fiança Imagem: REUTERS/Siphiwe Sibeko

Da BBC

20/02/2013 07h52

Uma testemunha ouviu "gritos sem parar" seguidos de tiros, vindos da casa do atleta Oscar Pistorius, disseram promotores sul-africanos em uma audiência nesta quarta-feira. Pistorius é acusado de ter assassinado a tiros sua namorada, Reeva Steenkamp, na madrugada de 14 de fevereiro.

Na terça-feira, o atleta havia afirmado que amava a namorada, que nunca teve a intenção de matá-la e que atirou nela porque a confundiu com um ladrão.

Segundo o correspondente da BBC na África do Sul Andrew Harding, acompanha a audiência no tribunal com atualizações no Twitter, os promotores disseram "que Reeva estava 'vestida' no momento dos disparos e que testemunhas ouviram 'gritos sem parar, como uma briga' por uma hora antes dos disparos".

"Não há explicação possível para apoiar o relato de que ele pensou que era um ladrão", disseram os promotores. "Foi tudo premeditado. Porque um ladrão se trancaria dentro do banheiro?", disse o promotor Gerrie Nel ao tribunal, em Pretória.

Na terça-feira, os promotores disseram que Pistorius colocou suas próteses e caminhou sete metros antes de disparar pela porta do banheiro fechada. "Promotores afirmam que Reeva estava 'vestida' no momento dos disparos. E que testemunhas ouviram 'gritos sem parar, como uma briga' por uma hora antes dos disparos", disse Andrew Harding, correspondente da BBC, que acompanha a audiência de Pistorius no tribunal em Pretória

Em seguida, segundo o promotor, o medalhista paraolímpico também teria arrombado a porta e carregado o corpo da namorada para o andar inferior da casa.

Outro lado

A versão do atleta foi apresentada em um comunicado lido por seu advogado de defesa, Barry Roux. Jornalistas disseram que o atleta chorou enquanto Roux falava. A audiência ocorreu enquanto a família da namorada, Reeva Steenkamp, participava de seu funeral na cidade de Port Elizabeth (sul da África do Sul).

Segundo o relato do atleta, ele e Steenkamp haviam decidido passar a noite de 13 para 14 de fevereiro juntos. Em dado momento, enquanto estava na varanda, Pistorius teria ouvido um barulho. "Estava muito escuro. Eu não tinha minhas próteses e me sentia vulnerável", disse o atleta.

Segundo a defesa, o réu acreditava que a namorada estava na cama e que havia um intruso no banheiro. Ele então atirou através da porta do banheiro, acreditando que estava atingindo o invasor.

Ao perceber que a namorada não estava na cama, o atleta sentiu “horror e medo”, de acordo com o comunicado. Ele então disse ter usado um taco de críquete para derrubar a porta, encontrando o corpo da namorada.

O velocista, que ficou famoso mundialmente ao se tornar o primeiro atleta paraolímpico a disputar provas das Olimpíadas usando próteses, está pedindo para responder o processo em liberdade, após pagamento de fiança. A modelo tinha 30 anos e começou a namorar Pistorius em novembro.