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Protesto contra GP de F1 leva milhares de pessoas às ruas no Bahrein

Da EFE, em Manama

19/04/2013 16h00

Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira nos arredores de Manama em um protesto que acabou em choques com a Polícia, enquanto acontecia a primeira rodada de treinos livres para o Grande Prêmio de Fórmula 1 no Bahrein.

Os confrontos, nos quais houve vários levemente feridos, segundo a oposição, explodiram pouco depois do início da manifestação pela estrada de Budiya, na periferia da capital.

Os choques começaram quando alguns membros da opositora coalizão 14 de Fevereiro, instigadora dos protestos, tentaram entrar na principal estrada que liga Manama com o Circuito Internacional do Bahrein, em Sajir, no sul da ilha e onde acontece a competição, como a Agência Efe pôde constatar.

Enquanto isso, uma onda de manifestantes se estendia ao longo de mais de dois quilômetros e meio pela estrada de Budiya, e gritaram palavras de ordem contra a realização da corrida, pedindo reformas democráticas e a libertação dos presos políticos.

A manifestação de Budiya foi uma das muitas convocadas pela oposição em diferentes localidades do reino para rejeitar a realização da corrida. Alguns desses protestos acabaram em confrontos com a Polícia nos quais pneus foram queimados.

O ativista de direitos humanos Nadir Abdulemam foi detido por fotografar manifestantes na cidade de Dayih, nos arredores de Manama.

Segundo fontes da oposição, Abdulemam foi supostamente agredido pelas forças da ordem, que lhe obrigaram a apagar as fotografias que tinha tirado com seu telefone celular, antes de ser posto em liberdade pouco depois.

Mais de 160 pessoas foram detidas desde o começo de abril, de acordo com números da oposição, que acusa as autoridades de ter aumentado a repressão por ocasião do GP de Fórmula 1.

Há uma semana, a oposição, formada principalmente por grupos xiitas e liberais, realiza manifestações diárias.

O presidente do Circuito Internacional do Bahrein, Zayed al Zayani, disse na quinta-feira que a operação de segurança atual não é diferente ao de outros anos.

"Não sentimos que haja uma ameaça direta contra a corrida. Mesmo assim, levamos tudo em conta, porque queremos acolher um evento que seja memorável para todos os presentes", afirmou Zayani.

Moradores de áreas próximas ao circuito se queixaram que aumentaram os postos de controle e a presença policial nos povoados próximos ao local, e nas estradas que levam a ele.

No ano passado, pelo menos duas pessoas morreram atingidas por tiros durante os protestos contra a realização do GP de Fórmula 1 no país.

O Bahrein é um pequeno reino do Golfo Pérsico, palco desde fevereiro de 2011 de manifestações que exigem reformas políticas, lideradas pela maioria xiita contra a minoria sunita governante.