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Érika Miranda é prata, e Chibana tropeça em japoneses na luta por medalhas

27/08/2013 20h21

Douglas Rocha.

Rio de Janeiro, 27 ago (EFE).- Érika Miranda até colocou seu nome na história nesta terça-feira ao se tornar a terceira brasileira a disputar uma final de Campeonato Mundial de Judô, mas desperdiçou a chance de se colocar um degrau acima das compatriotas que conseguiram o feito ao ser derrotada por Majlinda Kelmendi, do Kosovo, e ficar com a prata.

Nunca uma mulher do país subiu ao degrau mais alto do pódio. Érika, que compete na categoria meio-leve (até 52kg), repetiu o feito realizado por Mayra Aguiar (até 78kg) em 2010 e o de Rafaela Silva (até 57kg), um ano depois.

O dia foi de "batidas na trave" para o Brasil no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Se Érika esteve a uma vitória do título inédito, Charles Chibana, também na meio-leve (até 66kg), ficou a um triunfo de uma medalha, mas esbarrou nos japoneses Masashi Ebinuma, que o eliminou nas semifinais, e Masaaki Fukuoka, que o derrubou na luta pelo bronze.

Sexta colocada do ranking mundial, Érika teve uma caminhada difícil, mas segura rumo à final. A holandesa Birgit Ente foi derrotada por ippon na estreia, mas logo na sequência a vitória sobre a russa Natalia Kuziutina veio apenas no número de shidos (2 a 1).

Nas quartas de final, a brasileira voltou a vencer com pontuação máxima, desta vez diante da finlandesa Jaana Sundberg. A vaga na decisão foi obtida com um wazari diante da romena Andreea Chitu, terceira colocada do ranking.

Número 1 do mundo e favorita absoluta, Majlinda Kelmendi, do Kosovo, confirmou as previsões, levando a melhor em três de suas cinco lutas, incluindo a decisão, por ippon.

Érika até tentou impor resistência, mas, mais inteira no combate, Kelmendi foi para cima, obteve um wazari a 1min15s do final e logo em seguida imobilizou a judoca da casa, obtendo a vitória pela pontuação máxima.

A outra brasileira na meio-leve, Eleudis Valentim, estreou derrotando a argentina argentina Abi Betsabe Cardozo Madaf, mas já na segunda luta foi eliminada pela japonesa Yuki Hashimoto, que mais tarde obteve uma das medalhas de bronze. Quem completou o pódio, também como terceira colocada, foi a alemã Mareen Kraeh.

Entre os homens, Chibana começou avassalador, vencendo o equatoriano Israel Verdugo em 2min30s e o canadense Patrick Gagne e o israelense Tal Flicker em menos de dois minutos. Nas quartas de final, a vítima foi o russo Mikhail Pulyaev, que resistiu por apenas 35s.

Na sequência, porém, o Japão se tornou a pedra no sapato do brasileiro. Ebinuma, número 6 do mundo, foi punido com 1min30s de combate, e o shido contra o asiático ia dando a vitória a Chibana, que administrava bem a vantagem. Entretanto, a 20s do fim, o judoca da casa levou um wazari e ainda foi imobilizado 16s depois, o que configurou um novo wazari a favor do japonês e, consequentemente, a vitória por ippon.

Na luta que valeu o bronze, o sexto colocado do ranking, começou melhor contra o 21º e obteve um wazari de vantagem, mas permitiu que Fukuoka igualasse a pontuação e em seguida encaixasse um osoto gari, empurrando-o para frente e derrubando-o com uma rasteira, e levasse a melhor.

O outro terceiro colocado foi o ucraniano Georgii Zantaraia, campeão mundial em 2009, que levou a melhor diante de Pulyaev. Algoz de Chibana, Ebinuma ficou com o ouro ao passar pelo cazaque Azamat Mukanov.

Nesta quarta-feira, o Maracanãzinho será palco de combates pelo peso-leve, com atletas de até 57kg no feminino e até 73kg no masculino. O Brasil será representado por Bruno Mendonça, Rafaela Silva - que tentará subir um degrau no pódio em relação ao Mundial de Paris, em 2011 - e Ketleyn Quadros, primeira mulher medalhista olímpica do país em modalidades individuais, com o bronze obtido em Pequim-2008.