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Para irmão mais velho, "rivalidade caseira" ajudou "palmeirense" Diego Costa

Das agências internacionais, em Lagarto (SE)

04/12/2013 16h26

Um desavisado que passar pelo bairro Exposição, na cidade de Lagarto, em Sergipe, pode se surpreender ao cruzar com Jair devido à semelhança com o irmão mais novo, o atacante Diego Costa. Mas o fato de serem muito parecidos não impediu que nascesse entre eles uma grande rivalidade que seria fundamental para o sucesso do atual jogador do Atlético de Madri.

Filhos de seu José Jesus e dona Josileide Costa, Jair e Diego ganharam nomes de craques do futebol mundial. O primogênito foi batizado com uma homenagem ao Furacão da Copa do Mundo de 1970, Jairzinho. O segundo virou xará de ninguém menos que Maradona, craque que dois anos antes do nascimento do atacante hispano-brasileiro conquistou o Mundial do México.

"Quando eram meninos, eles faziam sorteio para ver quem iria lavar as coisas em casa. Aí quando eu estava perto de chegar, corriam e limpavam tudo. E faziam direitinho", disse a mãe o atacante do Atlético de Madri, sobre os primórdios da disputa doméstica.

Outra disputa aconteceu na escolha do time do coração. Jair seguiu o pai e virou torcedor do São Paulo. Influenciado por um tio e pelos títulos conquistados no início da década de 90, Diego Costa se apaixonou pelo Palmeiras.

Jair tem 27 anos e é dois anos mais velho que o irmão. Os dois chegaram a jogar juntos na Escolinha Bom de Bola, onde o goleador foi revelado, e lá a rivalidade só cresceu. Segundo Flavio Augusto Machado Santos, fundador do projeto, dificilmente qualquer jogo terminava bem quando a dupla estava no mesmo time.

"Era um tal de um não passar bola para o outro, tentando fazer o gol. Só que eram os dois craques do time", disse o ex-técnico de Diego e Jair.

O pai, José Jesus, confirmou à Agência Efe a disputa intensa. Contou, além disso, que para muitos em Lagarto, o irmão mais velho, que não vingou no futebol, é o craque da família. Jair desconversa quando perguntado sobre o assunto, e admite apenas que era um jogador diferente, um meia mais técnico do que o irmão goleador.

O que velho dos irmãos Costa não nega é que a disputa constante foi importante para o crescimento do irmão, dentro e fora dos gramados.

"A gente tinha rivalidade sim, na brincadeira de bola, em casa. E isso ajuda, é claro", afirmou o orgulhoso irmão.

Hoje, a dupla não disputa mais o posto de craque, que já foi cedido definitivamente a Diego, nem de quem é mais eficiente na hora de ajudar a mãe na faxina. Jair revela que ambos aprenderam a se divertir com a semelhança e que já aprontaram "pegadinha" na Espanha.

"Fui buscar ele depois de um jogo no (estádio) Vicente Calderón e tinha muita gente esperando para ver os jogadores. Ele então se deitou no banco de trás e me deixou ir na frente. Aí quem me via acenava, tirava fotos, achando que era ele, que morria de rir atrás no carro", contou o mais velho dos Costa.

(Bruno Guedes e Manuel Pérez Bella)