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Tabárez diz que seleção uruguaia foi atingida por crise no futebol do país

16/04/2014 16h03

Montevidéu, 16 abr (EFE).- O técnico da seleção do Uruguai, Oscar Tabárez, admitiu nesta quarta-feira ter sido afetado pelo conflito entre o governo do país e os clubes, que resultou na renúncia da diretoria da Associação Uruguaia de Futebol (AUF).

"Não foi bom o que aconteceu. Tomamos muito cuidado para dar opiniões fora da nossa área específica, mas todo mundo tem uma visão de futebol. Infelizmente, não é a primeira vez que acontece de termos dirigentes ruins ou que eles sejam trocados. Acho que o grande problema é o momento dessa troca", comentou Tabárez em entrevista à emissora de rádio "El Observador".

Apesar do momento conturbado no futebol uruguaio, o treinador afirmou que acredita que a preparação da 'Celeste' para o Mundial não será afetada. "Estamos tranquilos porque não acreditamos que os problemas da AUF nos prejudicarão dentro de campo", ponderou.

No dia 3 de abril, Wilmer Valdez foi eleito o novo presidente da associação, no lugar de Sebastián Bauzá, que tinha renunciado ao cargo dois dias antes no meio de uma grave crise no futebol uruguaio.

O conflito se tornou público no final de março, quando o presidente do país, José Mujica, decidiu retirar a polícia dos estádios de Peñarol e Nacional após vários incidentes violentos com torcidas organizadas.

Embora Mujica tenha tomado de fato uma medida tão drástica, Bauzá renunicou, encerrando uma uma gestão bem sucedida, na qual a seleção obteve seu melhor desemepenho das últimas décadas, conseguindo a quarta posição no Mundial de 2010 e o título da Copa América no ano seguinte.

Porém, os problemas internos da federação trouxeram punições. A Conmebol suspendeu a AUF, provisoriamente, de participar e votar nos congressos da entidade ou propor candidatos à direção e aos órgãos disciplinares.

Enquanto isso, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, descartou a possibilidade de excluir a seleção uruguaia da Copa do Mundo.