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Clássico colocará em xeque momento dos goleiros de Real e Barça

24/10/2014 21h03

Santiago Aparicio.

Madri, 24 out (EFE).- O duelo entre Real Madrid e Barcelona deste sábado chama a atenção pela força do ataque das duas equipes, com Cristiano Ronaldo e Karim Benzema de um lado e o trio de ouro formado por Lionel Messi, Luis Suárez e Neymar de outro, mas no gol também há atrativos, com Iker Casillas mais uma vez à prova e Claudio Bravo em busca da ampliação do próprio recorde.

Goleiros normalmente já estão na linha de frente dos grandes jogos, já que a repercussão de qualquer falha sempre é mais comentada. Entretanto, desta vez, a trajetória do espanhol e do chileno faz aumentar a intensidade do foco nos dois.

Nada é o que era para Iker Casillas. O espanhol chega ao clássico de alguma maneira como principiante. Pelo menos quanto à tensão. Uma sequência de falhas, que vem desde a temporada passada, tanto pelo Real quanto pela seleção, colocaram o camisa 1 sob pressão.

Em 23 de janeiro de 2013, Casillas fraturou um dedo da mão esquerda e ficou afastado dos gramados por mais de três meses. Quando voltou, já não era titular do então técnico do time madrilenho, José Mourinho, que preferiu Diego López. Na temporada seguinte, Carlo Ancelotti optou por um rodízio entre os dois, com o capitão da equipe atuando apenas na Liga dos Campeões.

Nesta temporada, porém, Ancelotti vem apostando naquele que é arqueiro do Real desde 1999. Isso culminou com a saída de Diego López, que foi para o Milan. Nem mesmo a contratação do costarriquenho Keylor Navas, um dos melhores da última Copa do Mundo, abalou essa confiança.

Mas a confiança não sossegou Casillas. Perseguido por parte da torcida em todo o jogo como mandante, principalmente depois das falhas durante a Copa e na final da última Liga dos Campeões, que quase custou a 'décima', ele vem tendo que provar a cada jogo que ainda é importante para o time de Madri. Pela 'Fúria', voltou a falhar na derrota para a Eslováquia por 2 a 1 há duas semanas, pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2016.

O goleiro não enfrenta o Barcelona pelo Campeonato Espanhol desde 7 de outubro de 2012, no Camp Nou, quando houve empate em 2 a 2. No Santiago Bernabéu, palco da partida deste sábado, ele não disputa o clássico desde 10 de dezembro de 2011, quando foi derrotado por 3 a 1.

Enquanto Casillas está cercado de dúvidas, Bravo, ao menos até agora, tem sido certeza de sucesso na competição. O chileno já passou invicto por oito partidas e soma 720 minutos sem ser vazado, um recorde em um começo de Espanhol. Faltam 104 minutos para ele superar Pepe Reina e se tornar o maior do Barcelona na história. Porém, melhor marca absoluta, de 1275 de Abel Resino, ex-Atlético de Madrid, ainda está distante.

Ao contrário do que acontece com Casillas, a titularidade não está em risco para Bravo, que evitou qualquer saudade de Víctor Valdés, cujo contrato, encerrado em junho e 2014, não foi renovado. O chileno assumiu com naturalidade as exigências e a pressão da torcida e levou a melhor na disputa com o alemão Marc-Andre Ter Stegen, dono da posição na Liga dos Campeões.

Enquanto a Real Sociedad procura como atenuar a notável ausência e, o time catalão presume de acerto na escolha. Decisivo já em alguns jogos do campeonato, Claudio Bravo se adaptou com louvor aos requisitos do futebol do Barcelona. Confiável no jogo com os pés, bem no posicionamento e dotado de reflexos notáveis, O sul-americano faz com que poucos temam pela meta de Luis Enrique, e alguns já vêm pedindo para que ele atue também na 'Champions'.

De toda forma, será o clássico que dará a sentença. Nada será igual para os dois goleiros depois do jogo deste sábado, que tem a capacidade de elevar alguns e enterrar outros.