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Suárez está liberado para enfrentar Real Madrid após 4 meses de punição

24/10/2014 21h03

Àlex Santos.

Barcelona, 24 out (EFE).- O uruguaio Luis Suárez acaba de ficar livre de uma punição que o deixou fora dos gramados por quatro meses. Liberado do castigo que o transformou em um 'bad boy', ele passa a ser um importante reforço para o Barcelona, que viaja neste sábado para enfrentar o Real Madrid no Santiago Bernabéu.

O artilheiro é reincidente. Após morder o pescoço de Otman Bakkal no clássico entre Ajax e PSV em 2010, repetiu o ato ao atacar o lateral Branislav Ivanovic no duelo entre Liverpool e Chelsea, sendo punido por dez partidas. A cena final de ataque contra rivais ocorreu no pior dos palcos, a Copa do Mundo, sob o olhar de milhões de pessoas, sem suspeitar que a Fifa pudesse agir com tanto rigor.

No confronto entre Uruguai e Itália, no dia 26 de junho, Suárez, ainda jogador do Liverpool, mordeu o zagueiro Giorgio Chiellini. Acabou não sendo expulso no decorrer da partida, mas depois sofreu uma punição exemplar. Viu a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) tentar defender o indefensável. Porém, não teve outra opção além de pedir perdão e assumir a culpa.

No Barcelona, a mordida foi ignorada. Apesar de ainda não ter assinado o contrato, todos os números estavam fechados. O clube catalão não conseguiu diminuir o valor da transferência em nem um euro, mesmo sabendo que o artilheiro só estaria à disposição de Luis Enrique no final de outubro.

Luis Suárez se transformou em uma das contratações mais caras do Barcelona, que pagou ao Liverpool 81 milhões de euros (R$ 245 milhões). A negociação só não é considerada a maior da história 'blaugrana' porque o real valor da transferência de Neymar só vai ser revelado nos tribunais.

Já em Barcelona, o uruguaio saiu de cena. Principalmente depois de a Fifa o impedir não só de treinar com sua nova equipe, mas ter qualquer vinculação pública com o futebol. Um recurso obtido na Corte Arbitral do Esporte (CAS) permitiu colocá-lo à disposição do técnico Luis Enrique e escalá-lo em amistosos do próprio Barcelona e da seleção.

Em quatro meses, Suárez participou de algumas atividades com a equipe principal (treinos e 20 minutos no troféu Joan Gamper), além de jogos do Uruguai. Todos os eventos muito distantes do nível competitivo praticado no futebol europeu.

É por esse motivo que, embora o uruguaio possa se transformar em um dos vértices do triângulo sul-americano do ataque do Barcelona junto a Lionel Messi e Neymar, ele não deve compor a equipe titular no Berbanéu.

Suárez está ansioso por estrear. Agora que está disponível, a incógnita não é o rendimento do jogador, que no melhor dos casos pode se tornar artilheiro do Barcelona. A dúvida é como o time catalão vai se comportar com um atacante mais fixo, experiência sem muito sucesso nas últimas temporadas, quando jogadores com o mesmo perfil, como David Villa ou Zlatan Ibrahimovic, tiveram boas atuações, mas nunca próximas às expectativas criadas.

Suárez, um finalizador nato e que cria pânico em seus rivais, terá, além de Neymar e Messi, a companhia de um meio-campo de qualidade, com atletas como Xavi, Iniesta e Rakitic.

Mas sua chegada obrigará algumas alterações no setor ofensivo. Sua titularidade é indiscutível e Luis Enrique terá que ceder quanto à rotação do elenco, ideia que defende desde quando assumiu o cargo, passando a colocar em campo, por poucos minutos, jovens como Munir El Haddadi.

O artilheiro é o 12º uruguaio a vestir a camisa do Barcelona. Antes, Martín Cáceres foi contratado junto ao Villareal, mas se firmou e acabou vendido à Juventus.

Seus outros compatriotas que passaram pelo clube foram: Héctor Scarone, Enrique Fernández (que também foi treinador do Barcelona), Luis Prais, Ramón Villaverde, Dagoberto Moll, Alcides Silveira, Luis Cubilla, Eduardo Endériz, Julio César Benítez (morreu ainda como atleta do Barcelona, em 1968) e Alfredo Amarela.