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Em campeonato à parte, River e Boca decidem vaga na final da Sul-Americana

26/11/2014 16h11

Buenos Aires, 26 nov (EFE).- Os termos campeonato à parte e rivalidade nunca estiveram tão vivos e presentes no duelo entre River Plate e Boca Juniors, que decidem nesta quinta-feira, no estádio Monumental de Nuñez, quem vai à final da Copa Sul-Americana.

A importância dada ao confronto pelos dois times é tão grande que eles resolveram praticamente ignorar o Campeonato Argentino. Na última rodada, escalaram times mistos. Pior para o líder River, que enfrentou o segundo colocado Racing, saiu derrotado, e perdeu a ponta do torneio.

A opção do técnico Marcelo Gallardo tem uma explicação no histórico internacional do duelo: os 'millonarios' querem acabar com a freguesia. Em três confrontos de mata-mata entre os dois maiores rivais do país, o Boca venceu todas.

O último triunfo ocorreu na Copa Libertadores de 2004, também nas semifinais, quando os 'xeneizes' venceram o confronto nos pênaltis. No mesmo torneio, em 2000, o Boca bateu o River por 4 a 2 no placar agregado. Os clubes também se enfrentaram na decisão da Supercopa Sul-Americana de 1994, com nova vitória do Boca na disputa de penalidades.

Contando também os jogos de fases de grupos, a distância entre os rivais se mantêm: o Boca tem 10 vitórias contra seis do River, além de outros nove empates.

Para a partida de quinta-feira, no entanto, quem leva vantagem é o River. Fora o apoio da torcida, que deve lotar as arquibancadas do Monumental de Nuñez, a equipe de Gallardo se classifica com qualquer vitória. Isso porque o jogo de ida, marcado por muita rivalidade e pouco futebol em La Bombonera, terminou empatado por 0 a 0.

Uma nova igualdade pelo mesmo placar leva a decisão para os pênaltis. Empates com gols dão a vaga à equipe do técnico Rodolfo Arruabarrena.

Após o descanso do final de semana, Gallardo vai ganhou reforços para a final antecipada. Recuperado, o titular Germán Pezzella entra na zaga no lugar do lesionado Jonathan Maidana. O mesmo ocorre no ataque, onde o uruguaio Rodrigo Mora substitui, por preferência do treinador, Giovanni Simeone, filho do técnico do Atlético de Madrid, Diego Simeone.

Mora, que sofreu uma inflamação abdominal na véspera da primeira partida das semifinais, deu sinais de melhora nos últimos dias e voltou à lista de relacionados para o confronto. Cogitou-se até uma operação para resolver o problema, mas um tratamento acompanhado de dieta foi o suficiente para não só evitar a operação, mas também deixá-lo pronto para enfrentar o Boca.

"A aposta forte que tínhamos era frente ao Boca. Por isso optei no domingo pela rotação de jogadores. Esse 'superclássico' é a grande partida que todos queremos jogar", disse Gallardo.

A vontade de vencer o rival é a mesma pelo lado azul e amarelo do confronto. Fora o gosto especial de eliminar o River, o Boca busca seu terceiro título de Sul-Americana, após vencer as edições de 2004 e 2005.

Já sem possibilidades no Campeonato Argentino, Arrubarrena seguiu a estratégia de Gallardo e escalou um time repleto de reservas na última rodada do torneio, quando acabou vencendo o Independiente por 3 a 1.

Em relação ao encontro de ida, a equipe 'xeneize' deve ter apenas uma modificação devido à lesão do atacante Juan Manuel Martínez, ex-Corinthians. A mudança, no entanto, deve implicar também em um novo esquema tático.

Com a saída do atacante, Arruabarrena estuda reforçar o meio-campo com a entrada do chileno José Fuenzalida, favorito do treinador. No entanto, Federico Carrizo fez bom jogo contra o Independiente e pode ser a surpresa da escalação. Dessa forma, o ataque será formado por Jonathan Calleri e Andrés Chávez.

"Iremos ao campo do River para fazer nosso jogo. Isso é um grupo e, mal ou bem, vamos enfrentar as dificuldades como uma equipe. Destaco o compromisso dos jogadores, assim como sua intensidade e atitude positiva", enfatizou o treinador.

Prováveis escalações:

River Plate: Barovero, Mercado, Pezzella, Funes Mori e Vangioni; Sánchez,Ponzio, Rojas e Pisculichi; Gutiérrez e Mora. Técnico: Marcelo Gallardo.

Boca Juniors: Orion; Marín, Forlín, Díaz e Colazo; Meli, Cristian Erbes, Gago e Fuenzalida (Carrizo); Calleri e Chávez. Técnico: Rodolfo Arruabarrena.

Árbitro: Germán Delfino (Argentina), auxiliado pelos compatriotas Hernán Maidana e Ivan Núñez.

Estádio: Monumental de Nuñez, em Buenos Aires (Argentina).