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Revelação do Lyon decide se jogará pela seleção francesa ou argelina

09/03/2015 15h27

Paris, 9 mar (EFE).- Nabil Fekir tem 21 anos, começa a ser uma estrela do futebol e já tem que tomar uma decisão crucial em sua carreira: jogar com pela seleção francesa, seu país de nascimento, ou pela Argélia, de onde emigraram seus pais.

Suas habilidades com a bola e visão do jogo o transformaram em um dos destaques do meio-campo do Lyon, líder do Campeonato Francês, e colocaram seu nome na pauta de muitos grandes clubes europeus.

Mas Fekir, que soma 13 gols e sete assistências em 27 partidas, tem que enfrentar o assunto da seleção com prioridade. Optar pelas pressões familiares que o empurram a escolher a Argélia e os profissionais que convidam a ficar na França.

Seu pai, Mohammed, não esconde a preferência pela seleção argelina, mas no Lyon dizem que a escolha deve ser os "Bleus".

O técnico da Argélia, o francês Christian Gourcuff, pai de seu de seu companheiro de equipe Yoann Gourcuff, o convocou para uma partida no final do mês no Catar. Isso só ocorreu depois de uma conversa telefônica com Fekir e, segundo a Federação Argelina de Futebol (FAF), na qual ele recebeu o consentimento do jogador.

No entanto, segundo o jornal "L'Équipe", minutos depois o jogador voltou atrás, ligou para Christian para afirmar que tinha mudado de ideia e que jogaria pela França.

O técnico da seleção francesa, Didier Deschamps, anunciará no próximo dia 19 a lista de convocados para os amistosos contra o Brasil e a Dinamarca, nos dias 26 e 29 de março. A expectativa que Fekir faça parte dela.

Por enquanto, a única experiência internacional do jogador pela seleção sub-21 da França, em outubro do ano passado. Mas se optar pelos "Bleus" e Deschamps o incluir nos planos da seleção, Fekir terá tempo para se arrepender. Como organizadora da Eurocopa de 2016, a equipe não jogará partidas oficiais até o início da competição.

Os amistosos não contam com partidas oficiais e, portanto, não comprometeriam a decisão final do jogador. Mas tudo aponta que a escolha será definitiva. Optar por uma das duas seleções deve fechar as portas da outra para a jovem promessa.

A Federação Argelina criou inclusive uma comissão para descartar os jogadores que atentem contra a imagem da seleção.

Enquanto o jogador segue sem se decidir, a guerra de declarações começou entre o Lyon, que prefere o jogador opte pela França, e a Federação Argelina. Se a escolha for a seleção africana, o meio campo teria que disputar a Copa Africana de Nações (CAN) a cada dois anos, o que reduziria seu valor no mercado.

Algo que iria contra os interesses do Lyon, que pretende renovar seu contrato, com término em junho de 2016, pensando em uma futura venda por um valor bastante substancial.

O presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, não hesita em comparar Fekir com o argentino Lionel Messi, craque do Barcelona.

Formado no Vaulx, clube dos arredores de Lyon, Fekir cresceu rodeado de amigos de origens argelinas. E isso evidencia a dificuldade de sua decisão.

O caminho até o Lyon foi complicado. Fekir custou a conseguir entrar nas categorias de base, mas uma brilhante atuação na Copa Gambardella abriu as portas do clube mais importante da região.

O jogador esteve na equipe B antes de passar para o elenco principal, no qual foi conquistando a confiança do técnico Hubert Fournier.

No encontro do Francês no domingo passado contra o Montpellier, quando todos achavam que a pressão pela decisão ia afetar seu desempenho, Fekir marcou duas vezes que evidenciou que, além da qualidade, o franco-argelino tem personalidade.