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Após protestos, Paes diz que campo de golfe melhora área degradada do Rio

25/03/2015 16h53

Rio de Janeiro, 25 mar (EFE).- Depois que grupos ambientalistas terem chamado a construção do campo de golfe para os Jogos Olímpicos de 2016 ser um crime ambiental, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, destacou nesta quarta-feira que a obra elevará em sete vezes a cobertura florestal de uma área atualmente degradada.

Em entrevista coletiva depois de ter feito uma visita de supervisão ao local, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, Paes salientou que o projeto representa o maior programa de recuperação de vegetação de restinga do país.

"É uma bobagem, uma mentira, afirmar que está sendo cometido um crime ambiental", protestou Paes, que acrescentou que o projeto prevê a semeação de 625 mil plantas e o aumento da área de vegetação de restinga de 94 para 650 quilômetros quadrados.

Na visita ao campo que sediará as primeiras provas olímpicas de golfe em 112 anos, o prefeito apresentou também um relatório sobre o projeto a fim de encerrar as polêmicas em torno de sua construção.

Durante a passagem de Paes pelas obras, dez manifestantes se concentraram no local para demonstrar descontentamento com o projeto por ter derrubado várias árvores e inclusive lançaram ovos a um carro da comitiva municipal.

O campo olímpico de golfe, por diversos motivos, é um dos principais alvos das críticas que envolvem os preparativos dos Jogos, entre os quais se destacam protestos ambientais, questões econômicas e, inclusive, uma investigação sobre a licitação do projeto.

A respeito dos possíveis danos ecológicos, o prefeito esclareceu que o projeto já tinha sido aprovado e contava já contava com a licença ambiental necessária quando ele assumiu o cargo, em 2009. Ele ainda negou que vá haver dano à vegetação da área.

Consciente dos protestos de grupos ambientalistas, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciou em janeiro que o projeto respeitará uma rigorosa política de sustentabilidade e contará com seus próprios recursos hídricos.

No plano econômico, Paes justificou a construção das novas instalações explicando que tanto o Comitê Olímpico Internacional (COI) quanto a Federação Internacional de Golfe (IGF) rejeitaram o uso dos campos de golfe já existentes na capital fluminense.

"O campo de golfe não estava previsto. Isso foi definido uma semana depois da escolha do Rio como cidade sede. Minha opção era pelo Clube de Golfe da Gávea ou o de Itanhangá, mas disseram que não era possível", justificou.

O prefeito revelou que os custos de adaptação do campo de Itanhangá, na zona oeste, representariam a economia de R$ 1 milhão - a construção de uma nova sede terá custo total de R$ 60 milhões. Soma-se a isso o fato de a construção ser mais próxima da Vila Olímpica, o que convenceu o COI e a IGF.